Cessar-fogo em Gaza? Blinken lamenta veto "cínico" da China e da Rússia

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, lamentou hoje que a China e a Rússia tenham vetado "cinicamente" no Conselho de Segurança da ONU o projeto de resolução dos EUA para um cessar-fogo em Gaza.

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© JONATHAN ERNST/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
22/03/2024 17:16 ‧ 22/03/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Com esta "resolução, que recebeu um apoio muito forte, mas que foi cinicamente vetada pela Rússia e pela China, penso que estávamos a tentar mostrar à comunidade internacional o sentido de urgência de um cessar-fogo ligado à libertação dos reféns, algo que todos, incluindo os países que a vetaram, deveriam ter apoiado", argumentou Blinken aos jornalistas, antes de terminar a deslocação a Israel.

A Rússia e a China vetaram um projeto de resolução proposto pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU que determinava "um cessar-fogo imediato e sustentado" na guerra de Israel contra o Hamas em Gaza.

O texto, da autoria de Washington, recebeu 11 votos a favor, uma abstenção e três votos contra, entre eles da Rússia e da China, dois membros permanentes do Conselho de Segurança.

A resolução, proposta após mais de cinco meses de guerra, marcou a primeira vez que os Estados Unidos pediram um cessar-fogo imediato em Gaza no Conselho de Segurança, após terem vetado vários projetos de resolução apresentados por outros países.

O Exército de Israel iniciou uma ofensiva generalizada sobre a Faixa de Gaza na sequência dos ataques do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em 07 de outubro de 2023 contra alvos militares, policiais e civis israelitas perto do enclave palestiniano.

A inédita operação militar do Hamas causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel tem em curso uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou cerca de 32.000 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes devido ao colapso dos hospitais, ao surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Leia Também: Israel diz que 17% de membros da UNRWA em Gaza são "terroristas"

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