Venezuela prepara lei contra o fascismo
O governo venezuelano criou uma Alta Comissão de Estado contra o Fascismo e o Neofascismo, anunciou hoje a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, através da rede social X.
© Lusa
Mundo Venezuela
"O presidente Nicolás Maduro decidiu criar uma Alta Comissão de Estado contra o Fascismo e o Neofascismo para apresentar à Assembleia Nacional [onde detém a maioria] um projeto de lei contra o fascismo e todas as expressões neofascistas", anunciou a vice-presidente venezuelana.
Na mesma rede social, Delcy Rodríguez explicou que a decisão é uma resposta "aos atos de violência que o país viveu em 2014, 2015 e 2017" [anos em que se registaram amplos protestos opositores no país, por distintos motivos e durante os quais vários venezuelanos foram assassinados].
"Assim como às graves consequências para a economia, a soberania e a integridade territorial do país, comprometidas por fatores extremistas que tomaram o parlamento venezuelano em 2015 [quando a oposição obteve maioria parlamentar], a fim de despojar a Venezuela dos seus recursos e criar desestabilização interna".
A vice-presidente da Venezuela explicou ainda que a decisão tem "em consideração a situação internacional, cuja paz e estabilidade estão ameaçadas por expressões neofascistas que se instalam nos centros de poder ao serviço do norte global".
"Nem o fascismo nem o neonazismo passarão na Venezuela", vincou.
O anúncio da criação da Alta Comissão de Estado contra o Fascismo e o Neofascismo acontece um dia antes de se finalizar o prazo de formalização de candidaturas para as eleições presidenciais de 28 de julho.
A oposição venezuelana denunciou hoje um bloqueio no 'site' da autoridade eleitoral, que impede o registo de Corina Yoris, a substituta de Maria Corina Machado, para concorrer nas eleições presidenciais contra o atual Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
A Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos da oposição, afirma não ter conseguido aceder à página especial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), não funcionando o nome de utilizador e a palavra-passe que lhe foram atribuídos.
"Mais de 54 horas passaram desde o início do período de inscrição sem acesso ao sistema de nomeação da dra. Corina Yoris", disse a PUD, no X.
Corina Yoris foi designada como substituta de María Corina Machado para concorrer contra o atual Presidente, Nicolás Maduro, nas eleições presidenciais de 28 de julho.
"Nada nem ninguém nos afastará do caminho eleitoral para alcançar a mudança para a Venezuela, com a força do voto da maioria", afirmou a plataforma da oposição venezuelana.
Maria Corina Machado, favorita nas sondagens, foi indicada como candidata da PUD depois de vencer as eleições primárias em outubro de 2023, mas foi privada do seu direito de ocupar cargos públicos durante 15 anos e na sexta-feira nomeou como substituta Corina Yoris, filósofa e professora universitária.
O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) deverá apresentar na segunda-feira a candidatura de Nicolás Maduro para um terceiro mandato de seis anos.
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