A delegação israelita deveria apresentar a representantes da Casa Branca os planos para a anunciada invasão de Rafah, onde se encontram mais de um milhão de palestinianos, que aí procuraram abrigo da guerra.
Depois de vetarem três resoluções anteriores com este objetivo de cessar-fogo, na segunda-feira os EUA decidiram abster-se desta vez, o que viabilizou a aprovação do texto no Conselho de Segurança.
Esta situação acontece quando sobem as tensões entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e Netanyahu, sobre a gestão da guerra na Faixa de Gaza, o número elevado de mortos civis e a escassa ajuda humanitária que os israelitas deixam entrar na Faixa de Gaza.
Israel tem sido acusado de "genocídio" pelas consequências sobre os palestinianos das suas práticas na Faixa de Gaza. Funcionários de organizações internacionais de ajuda humanitária avançam que toda a população da Faixa de Gaza -- 2,3 milhões de pessoas -- está a sofrer de insegurança alimentar e a inanição é iminente no norte do território.
Sob anonimato, um responsável norte-americano disse à AFP que "os EUA não têm qualquer razão para acreditar que Israel tenha cometido atos de genocídio".
As declarações foram prestadas em reação às afirmações recentes da relatora da ONU para os Territórios Palestinianos, Francesca Albanese, em sentido contrário.
Em relatório divulgado na segunda-feira, esta afirmou existirem "razões plausíveis" para concluir que Israel está a cometer um genocídio deliberado de palestinianos na Faixa de Gaza.
O documento 'Anatomia de um Genocídio', que é apresentado hoje ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, conclui estarem a ser cometidos intencionalmente "atos genocidas", como definidos pela Convenção de 1948 para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio.
Mais de 32 mil pessoas foram mortas no território palestiniano e mais de 74 mil feridas, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, que não diferencia civis e combatentes nos seus balanços. Mas assegura que dois terços das vítimas são mulheres e crianças.
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