Oposição na Venezuela confiante em substituir candidato presidencial

A líder da oposição na Venezuela María Corina Machado disse ter confiança em que a coligação vai conseguir substituir o candidato às presidenciais de 28 de julho, apesar dos obstáculos colocados pelas autoridades.

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Lusa
01/04/2024 06:31 ‧ 01/04/2024 por Lusa

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Venezuela

"Não é verdade que eles [as autoridades] possam fazer o que quiserem e impor-nos os seus termos, mudando as regras, violando a Constituição", disse Machado, num vídeo publicado, no domingo, na rede social X (antigo Twitter).

"O que eles fizeram foi tão grosseiro, tão obsceno que até os seus velhos amigos tiveram de levantar a voz. [O Presidente da Venezuela, Nicolás] Maduro não pode escolher o candidato que o vai enfrentar", acrescentou a opositora, referindo-se às críticas feitas por aliados de esquerda de Maduro como os Presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro.

"As leis são muito claras: temos até 10 dias antes do dia 28 de julho para substituir o candidato", sublinhou Machado.

O calendário de votação, publicado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, permite a substituição de candidatos entre hoje e 20 de abril, sendo os nomes alterados no boletim de voto.

Posteriormente, entre 28 de abril e 18 de julho, podem ser efetuadas substituições de candidatos, sem que a alteração seja introduzida no boletim.

A Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos da oposição, conseguiu registar Edmundo González Urrutia, antigo embaixador e politólogo, como candidato às eleições presidenciais contra o atual Presidente.

Isto depois da PUD ter acusado o CNE de a impedir de registar Corina Yoris, uma filósofa e professora universitária de 80 anos, designada como substituta de María Corina Machado.

María Corina Machado, favorita nas sondagens, foi indicada como candidata da PUD depois de vencer as eleições primárias em outubro, mas foi privada do direito de ocupar cargos públicos durante 15 anos.

"Ninguém nos vai desviar do caminho que nos levará a eleições limpas e livres, onde eu serei a candidata presidencial ou Corina Yoris", disse Machado.

Machado insistiu que em 22 de outubro, quando a oposição realizou as primárias, os venezuelanos expressaram o desejo de "romper com uma política antiga e a favor da mudança".

"Deram-nos um mandato e não vamos permitir que o atraiçoem", acrescentou.

Tanto a União Europeia, como os Estados Unidos expressaram preocupação com os obstáculos colocados pelas autoridades venezuelanas à inscrição de candidatos da oposição.

Em resposta, o CNE da Venezuela acusou os Estados Unidos de tentarem desacreditar o sistema de votação do país.

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