Israel. Sanchéz estará na Jordânia, Arábia Saudita e Qatar esta semana

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, vai esta semana à Jordânia, Arábia Saudita e Qatar abordar a situação em Gaza com três países que ativamente procuram uma solução para o conflito israelo-palestiniano, disse hoje o governo de Madrid.

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© PETRAS MALUKAS/AFP via Getty Images

Lusa
01/04/2024 14:34 ‧ 01/04/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Sánchez, um dos líderes europeus que mais tem insistido no reconhecimento do estado palestiniano e mais tem criticado a atuação de Israel na Faixa de Gaza nos últimos meses, vai em pleno Ramadão ser recebido por líderes destes três países árabes, destacaram hoje fontes oficiais da Moncloa (a sede do governo espanhol), em Madrid.

As mesmas fontes disseram que estes três países, por diversas vezes, já felicitaram o Governo de Espanha pelos posicionamentos que tem assumido em relação à situação no território palestiniano da Faixa de Gaza e ao conflito no Médio Oriente, na sequência do ataque de outubro do grupo islamita radical Hamas a Israel e da resposta militar de Telavive.

Sánchez vai estar na terça e na quarta-feira na Jordânia, Arábia Saudita e Qatar, três "atores fundamentais" na região que estão envolvidos na procura de uma solução para o conflito israelo-palestiniano, disseram hoje as fontes oficiais da Moncloa.

Espanha defende que a designada solução dos dois estados (Israel e Palestina) - o que inclui o "reconhecimento pleno" também de Israel por toda a comunidade internacional - é a única solução para acabar com um conflito de várias décadas.

Além disso, a solução passa também por uma Autoridade Palestiniana forte e revitalizada, capaz de assumir a gestão de um estado, acresceram as mesmas fontes.

Jordânia, Arábia Saudita e Qatar têm "relações bilaterais estratégicas" com os Estados Unidos - outro dos atores essenciais para a eventual resolução do conflito - e fazem parte de um grupo de países árabes que trabalha numa proposta que consiga ser uma base de entendimento e negociações.

Segundo disseram hoje as mesmas fontes em Madrid, o objetivo de Espanha é contribuir também para a procura de uma solução e facilitar uma ponte entre os países árabes e os da União Europeia.

A Europa, para o Governo espanhol, "tem de ter um papel ativo na procura da paz", por uma questão de princípio e humanitária, mas também por causa da sua própria segurança, não podendo permitir que haja duas guerras em regiões vizinhas (Ucrânia e Gaza).

O Governo de Madrid propôs há meses a celebração de uma conferência internacional de paz sobre o Médio Oriente, de que não desistiu e que já recebeu o apoio de 87 países, segundo a Moncloa, que considera que o momento atual é determinante, depois da recente resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas a exigir um cessar-fogo em Gaza e da declaração da semana passada do Conselho Europeu, que apelou a uma pausa humanitária imediata que conduza a um cessar-fogo duradouro.

Espanha, Malta, Eslovénia e Irlanda anunciaram, por seu turno, que estão prontos para reconhecer o Estado da Palestina e insistiram que é necessário um "cessar-fogo imediato", indo mais longe do que o Conselho Europeu.

Na passagem pela Jordânia, além de se reunir com as autoridades do país, incluindo o Rei Abdullah II, Sánchez visitará um campo de refugiados gerido pela agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês).

A Jordânia é o país que mais acolhe refugiados palestinianos (2,4 milhões de pessoas) e a visita de Sánchez pretende sublinhar o "trabalho insubstituível" da UNRWA e a necessidade de continuar a financiar a agência, segundo a Moncloa.

Espanha é um dos países que aumentou o financiamento à UNRWA, depois de países como os Estados Unidos terem suspendido as verbas para a agência, por causa da denúncia de Israel de que 12 pessoas que trabalhavam com a organização na Faixa de Gaza participaram nos ataques de outubro do Hamas em território israelita.

A UNRWA rescindiu os contratos com as pessoas alvo de denúncia de Israel e abriu uma investigação.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque em solo israelita do grupo islamita palestiniano que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades.

A resposta de Israel, além de ter causado um nível elevado de destruição de infraestruturas em Gaza, matou cerca de 32.700 pessoas, segundo as autoridades controladas pelo Hamas.

O grupo islamita, que governa Gaza desde 2007, é considerado como uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

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