"Xi Jinping sublinhou que a questão de Taiwan é a primeira linha vermelha intransponível nas relações sino-americanas", afirmou a agência noticiosa oficial Xinhua.
"Não permitiremos que as atividades separatistas ou o conluio externo que apoiam as forças da 'independência de Taiwan' não sejam controlados", disse o chefe de Estado chinês, citado pela imprensa chinesa.
Por seu lado, altos responsáveis da Casa Branca indicaram que Biden sublinhou a defesa norte-americana da política de "uma só China" e manifestou também preocupação com "ações desestabilizadoras" no Mar do Sul da China, como o ataque, em março, por vários navios chineses com canhões de água contra um navio filipino naquelas águas disputadas.
Na conversa telefónica de hoje, a primeira dos dois líderes desde a cimeira realizada em novembro, os Estados Unidos da América (EUA) acentuaram a importância de manter a paz e a estabilidade tanto no Estreito de Taiwan - uma ilha autogovernada cuja soberania é reivindicada pela China e que Washington prometeu defender contra uma possível invasão chinesa - bem como no Mar do Sul da China, rico em recursos e onde Pequim mantém disputas territoriais com países vizinhos.
Outro assunto abordado foi a exportação de tecnologias avançadas para a China, em relação à qual Xi gostaria de ver levantadas as restrições norte-americanas.
O Presidente chinês disse ao seu homólogo norte-americano que Pequim não vai "ficar de braços cruzados" se Washington continuar a reprimir "o desenvolvimento de alta tecnologia da China", segundo a imprensa estatal chinesa.
Joe Biden respondeu que continuará a tomar "as decisões necessárias para impedir que as tecnologias avançadas dos EUA sejam utilizadas de forma a comprometer a segurança nacional dos EUA", de acordo com um comunicado da Casa Branca.
Os Estados Unidos lançaram "uma série implacável de medidas destinadas a suprimir a economia, o comércio, a ciência e a tecnologia da China, e a lista de sanções contra as empresas chinesas está a aumentar cada vez mais", afirmou Xi a Biden, de acordo com uma gravação da chamada telefónica entre os dois líderes publicada pela agência noticiosa Xinhua.
Acrescentou que se Washington "persistir em suprimir o desenvolvimento de alta tecnologia da China e privar a China do seu direito legítimo ao desenvolvimento", Pequim "não ficará de braços cruzados".
A conversa telefónica de hoje enquadra-se nos esforços dos dois países para reduzir as tensões bilaterais.
Os dois líderes discutiram outras questões sensíveis, como o apoio de Pequim à invasão da Ucrânia pela Rússia e as crescentes ameaças à segurança cibernética.
O telefonema ocorre pouco antes de a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, viajar para a China para cinco dias de reuniões com os seus homólogos em Pequim e Guangzhou.
Biden e Xi concordaram em reduzir as tensões entre os dois países durante conversações "construtivas e produtivas" em Washington, em novembro passado.
Em janeiro, o Ministério da Defesa da China manifestou a sua vontade de manter relações militares "fortes e estáveis" com os Estados Unidos.
As relações bilaterais foram principalmente afetadas após várias viagens de altos funcionários norte-americanos à ilha de Taiwan e o avistamento de um alegado balão espião chinês no espaço aéreo dos EUA.
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