Irão promete a Israel vingar morte de militares iranianos em Damasco

O comandante da Guarda Revolucionária iraniana, general Hossein Salami, advertiu hoje Israel de que nenhum ato contra o Irão ficará sem resposta, dias depois da morte de sete militares da República Islâmica na Síria.

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Lusa
05/04/2024 12:52 ‧ 05/04/2024 por Lusa

Mundo

Damasco

ataque atribuído a Israel, mas não confirmado por Telavive, 16 pessoas morreram na segunda-feira na destruição de um edifício na capital síria onde funcionava o consulado do Irão.

Entre os mortos, conta-se o chefe da Força Quds na Síria e no Líbano, general Mohamed Reza Zahedi, o seu adjunto, general Mohamed Hadi Haj Rahimi, e mais cinco oficiais do corpo militar de elite iraniano.

"Avisamos que nenhuma ação de qualquer inimigo contra o sistema sagrado da República Islâmica ficará sem resposta", disse Salami, citado pela agência espanhola EFE.

"A arte da nação iraniana é quebrar o poder dos impérios e demonstrar a vitória da verdade e da fé contra a invalidade da descrença e do politeísmo", acrescentou.

Num discurso inflamado na Universidade de Teerão por ocasião do "Dia de Al Quds" (Dia de Jerusalém), Salami afirmou que Israel será destruído na Faixa de Gaza.

"A mensagem da resistência [palestiniana] é que vamos enterrar o regime sionista [Israel] em Gaza", disse, numa alusão à ofensiva militar israelita no pequeno enclave palestiniano.

O chamado Eixo de Resistência é uma aliança informal de organizações militantes, liderada por Teerão e profundamente anti-israelita, que inclui o Hezbollah libanês, os rebeldes Huthis do Iémen e o movimento islamita Hamas, entre outros grupos.

"Os palestinianos dizem-nos para sermos fortes (...). Não há forma de salvar os sionistas. Os sionistas não podem escolher entre a guerra e a vida, o seu caminho é a rendição", afirmou, citado pela agência Irna.

Salami passou grande parte do discurso a elogiar a resistência do povo palestiniano e a atacar os parceiros ocidentais de Israel, como os Estados Unidos.

Afirmou que o apoio de Washington aos "crimes sionistas" colocou os Estados Unidos no "centro do ódio", não só no mundo islâmico, mas também entre muitos dos povos do mundo, segundo a agência espanhola Europa Press.

O líder supremo do Irão, o 'ayatollah' Ali Khamenei, já tinha avisado Israel de que iria lamentar o ataque ao consulado iraniano.

"O regime sionista perverso será punido pelos nossos bravos homens. Faremos com que se arrependa deste crime e de outros", afirmou Khamenei.

Em resposta, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, advertiu o Irão de uma possível retaliação se Teerão atacar Israel.

"Saberemos como nos defender e agiremos de acordo com o princípio simples de que quem nos atacar ou planear atacar-nos, nós atacá-lo-emos", prometeu.

Devido ao avolumar de tensões com o Irão, Israel anunciou na quinta-feira que tinha colocado o exército em alerta máximo na sequência de "uma nova avaliação da segurança".

Milhares de pessoas saíram hoje às ruas de Teerão para homenagear os sete militares da Guarda Revolucionária mortos em Damasco.

A cerimónia foi organizada no âmbito do "Dia de Al Quds", que se realiza todas as últimas sextas-feiras do Ramadão em vários países em solidariedade com os palestinianos e contra Israel.

Os caixões com os sete membros da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, foram colocados em dois camiões estacionados numa das maiores praças da capital, segundo a agência francesa AFP.

As pessoas empunhavam bandeiras iranianas, palestinianas e do Hezbollah, enquanto retratos das vítimas decoravam os dois camiões com a inscrição: "Os mártires no caminho [da libertação] de Jerusalém".

O ataque em Damasco foi o pior golpe para o Irão desde 2020, quando um bombardeamento norte-americano no Iraque matou o general Qasem Soleimani, que comandava a Força Quds da Guarda Revolucionária.

Leia Também: Milhares prestam homenagem aos militares iranianos mortos em Damasco

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