"Anúncio israelita sobre reabertura temporária da passagem insuficiente"

O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, qualificou hoje como "insuficientes" os anúncios de Israel de abrir temporariamente os acessos para a entrada de ajuda humanitária em Gaza face ao risco de fome no enclave palestiniano.

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Lusa
05/04/2024 18:57 ‧ 05/04/2024 por Lusa

Mundo

Conselho Europeu

"As crianças e os bebés estão a morrer de fome. São necessários esforços substanciais e urgentes para acabar imediatamente com a fome como arma de guerra em Gaza", declarou o representante europeu na rede social X (antigo Twitter).

Na mesma mensagem, Charles Michel afirmou que "o anúncio israelita sobre a reabertura temporária da passagem de Erez e a passagem da ajuda humanitária pelo porto de Ashdod são insuficientes".

Hoje de manhã, a Comissão Europeia já tinha afirmado ter "tomado nota" da decisão de Israel de deixar entrar algum apoio humanitário em Gaza e defendeu que o anúncio feito pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, tem de ser aplicado com "celeridade e na totalidade".

Israel anunciou nas últimas horas que vai permitir a prestação temporária de ajuda através do porto de Ashdod, no sul de Israel, bem como através da passagem de Erez, que dá acesso direto ao norte da Faixa de Gaza, além de aumentar o fluxo de ajuda proveniente da Jordânia, que entra pela passagem de Kerem Shalom, no sul.

O gabinete de guerra israelita autorizou o Governo a "tomar medidas imediatas para aumentar a ajuda humanitária" com a finalidade de "evitar uma crise humanitária" e "assegurar a continuação dos combates", adiantou o gabinete de Netanyahu, em comunicado.

Estas decisões foram tomadas após uma conversa telefónica entre o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na quinta-feira, durante a qual o governante norte-americano afirmou que o futuro apoio de Washington dependia da adoção de novas medidas para proteger civis e trabalhadores humanitários em Gaza.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 33.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.

A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Leia Também: Charles Michel expressa condolências aos afetados pelo sismo em Taiwan

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