A polícia da localidade próxima de Gelsenkirchen "pôs fim" aos bloqueios e está disposta a mais medidas para garantir a segurança na zona, adiantou a autoridade através das suas redes sociais, refere a EFE.
O corte das vias de fornecimento de carvão e dos acessos por estrada à central operada pela energética Uniper teve início por volta das 05:30 da manhã (04:30 em Lisboa) e prolongou-se por aproximadamente sete horas.
Com esta ação, o coletivo "Ende Gelände", conhecido pelos seus protestos em massa e desobediência civil contra projetos com impacto ambiental, pretendia denunciar os efeitos do consumo de carvão para o meio ambiente e para as comunidades indígenas.
Em comunicado, o grupo ambientalista destacou particularmente o impacto da mineração de carvão para comunidades como os wayú e o povo yupka na Colômbia, sublinhando que nesse país da América Latina 60 mil pessoas foram deslocadas devido a esta atividade e 2.600 foram assassinadas.
Em resposta à crise energética desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, o Governo alemão reativou em 2022 a rede de 14 centrais termoelétricas alimentadas a carvão que estavam desativadas e que iam ser desligadas, entre as quais a de Scholven.
Segundo afirmou o 'Ende Gelände" nas suas redes sociais, o carvão que se queima na central de Scholven provém da mina de El Cerrejón, na região colombiana de La Guajira.
"O capital fóssil alemão está repleto de violência (neo)colonial", declarou o grupo na sua conta oficial na rede X (antigo Twitter).
A Alemanha comprometeu-se a abandonar o uso de carvão até 2038 e está previsto que a central de Scholven passe a funcionar com gás, mas o 'Ende Gelände' recusa também o uso desta fonte de energia devido às suas consequências ambientais.
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