Desde o início da guerra em Gaza, entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro, tem havido trocas de tiros diárias entre o exército israelita e o Hezbollah libanês, que afirma apoiar o movimento islamita palestiniano.

O Hezbollah tem como alvo posições militares israelitas perto da fronteira. Israel retaliou com incursões cada vez mais profundas em território libanês e efetuou ataques dirigidos contra oficiais do Hezbollah.

"Os ataques israelitas visaram duas zonas da planície de Bekaa, Janta e Sifri, disse uma fonte próxima do Hezbollah ao correspondente da AFP na região de Baalbek (leste) na madrugada de hoje.

Janta é uma região árida e montanhosa perto da fronteira com a Síria, onde se situam as bases do Hezbollah, e Sifri fica no centro da planície de Bekaa, a cerca de 80 quilómetros da fronteira israelita.

A agência noticiosa oficial libanesa ANI informou que o alvo dos ataques israelitas em Sifri era um "hangar".

O exército israelita escreveu, por seu turno, na rede de mensagens Telegram que "aviões de guerra atingiram um complexo militar e três outros locais de infraestruturas terroristas pertencentes à rede de defesa aérea do Hezbollah na região de Baalbek, no Líbano".

Estes ataques foram executados "em resposta ao ataque em que um drone das Forças de Defesa de Israel foi abatido" no sábado, acrescentou.

O Hezbollah tinha inicialmente anunciado, no sábado à noite, ter abatido um drone israelita Hermes 450 sobre o território libanês, antes de especificar que se tratava de um Hermes 900.

Hoje, o Hezbollah anunciou que tinha disparado "dezenas de foguetes Katyusha" contra duas bases militares israelitas "em resposta a ataques inimigos na região de Bekaa".

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, advertiu, num discurso proferido na sexta-feira, que o movimento ainda não tinha utilizado as suas "principais" armas na batalha, reafirmando que o seu grupo só pararia os ataques quando a guerra "parasse em Gaza".

Pelo menos 359 pessoas, na sua maioria combatentes do Hezbollah, incluindo pelo menos 70 civis, foram mortas no Líbano em atos de violência transfronteiriça durante quase seis meses, de acordo com uma contagem da agência de noticias France Presse.

O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza.

A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

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