"No dia 07 de outubro, o horror do ataque terrorista do Hamas a Israel - com o massacre de 1.200 israelitas e o rapto de centenas - chocou o mundo e mergulhou a região numa tragédia humanitária e política. Seis meses depois, em que ponto nos encontramos?", escreveu Borrell numa mensagem publicada na sua conta oficial da rede social X.
O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros juntou, assim, a sua "voz" à do secretário-geral da ONU, António Guterres, para expressar a "condenação total" da União Europeia (UE) a "uma brutalidade que nenhuma causa pode justificar".
Com este ataque indiscriminado, o grupo islâmico Hamas "desqualificou-se totalmente", afirmou Borrell, sublinhando que o povo palestiniano "não pode ser representado por este grupo criminoso".
"O povo israelita tem a nossa mais profunda solidariedade. Israel tem o direito de se defender, no pleno respeito do direito humanitário internacional", salientou Borrell.
O chefe da diplomacia europeia recordou que a UE tem "apelado sistematicamente à libertação incondicional de todos os reféns" e lamentou que "nesta tragédia, os civis estejam a pagar o preço mais elevado".
Para "aliviar" o sofrimento dos civis em Gaza e evitar que passem fome, a UE apelou a "uma pausa humanitária imediata" que conduza a um cessar-fogo sustentável e à eliminação de todos os obstáculos à entrada de ajuda humanitária.
"Os civis não devem ser sujeitos a punições coletivas", sublinhou Borrell.
Neste sentido, o chefe da diplomacia europeia exigiu a aplicação da resolução 2.728 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, adotada em 25 de março, que apelava a um cessar-fogo imediato da guerra de Israel em Gaza, seguido de um cessar-fogo sustentável e duradouro, bem como à libertação imediata e incondicional de todos os reféns e à garantia de acesso humanitário aos palestinianos.
A UE continua a prestar ajuda a Gaza, "incluindo através da UNRWA" (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente), e "quadruplicou" a ajuda humanitária aos palestinianos, disse, apelando "uma vez mais ao acesso seguro e à proteção dos trabalhadores humanitários".
O apelo foi feito numa altura em que ainda está fresco na memória o "assassinato", na semana passada, de sete trabalhadores humanitários da WCKitchen, do 'chef' espanhol José Andrés, por forças israelitas, somando-se ao "número sem precedentes de mortes de quase 200 trabalhadores humanitários e de mais de 32.000 palestinianos", disse Borrell.
Por último, Borrell prestou "homenagem" a todas as agências de ajuda humanitária, incluindo a ONU e a UNRWA, que perderam mais de 150 funcionários.
Afirmou ainda que, uma vez libertados os reféns e alcançado um cessar-fogo, a transição política deve ser "implementada imediatamente".
"Uma solução com dois Estados é a única forma de alcançar uma paz duradoura. A UE está pronta a apoiar efetivamente, passo a passo, toda a comunidade internacional", concluiu.
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