EUA recusam inundação de produtos chineses vendidos com prejuízo
Os Estados Unidos recusarão o afluxo de produtos chineses vendidos abaixo do custo de produção no mercado mundial, como aconteceu no passado, afirmou hoje a Secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, numa deslocação à China.
© Alex Wong/Getty Images
Mundo Produção
Citando o exemplo do aço, há mais de dez anos, cujo influxo chinês "dizimou indústrias em todo o mundo e nos Estados Unidos", Yellen disse aos jornalistas: "Não vou aceitar essa realidade novamente".
"Sei que estas graves preocupações são partilhadas pelos nossos aliados e parceiros, tanto das economias desenvolvidas como das economias em desenvolvimento", acrescentou.
Os Estados Unidos não vão tomar, porém, quaisquer medidas económicas "surpresa" em termos de segurança nacional, garantiu Yellen, que discutiu o assunto com funcionários chineses.
"Se os Estados Unidos precisam de avaliar continuamente as suas medidas de segurança nacional, tendo em conta a rapidez dos desenvolvimentos tecnológicos, estamos empenhados em não tomar medidas de surpresa", declarou, apelando igualmente à China para que seja "transparente" neste domínio.
A "sobrecapacidade" de produção da China esteve no centro da deslocação de Yellen, que chegou a Cantão na quinta-feira e deverá deixar Pequim na terça-feira de manhã.
Os Estados Unidos receiam que os subsídios concedidos pelo Governo chinês a tecnologias como a energia verde, veículos elétricos e as baterias, possam conduzir a uma onda de produtos de baixo custo em todo o mundo, ameaçando os concorrentes estrangeiros nestes setores.
Janet Yellen foi recebida no domingo pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e ambos manifestaram o desejo de reforçar o diálogo, apesar das diferenças entre as duas maiores potências económicas do mundo.
Pequim tem afastado as preocupações sobre o seu forte apoio às suas indústrias.
"As acusações de 'excesso de capacidade' feitas pelos Estados Unidos e pela Europa são infundadas", disse o ministro Wang Wentao no domingo, durante uma viagem a Paris, de acordo com a agência estatal China News.
Ele afirmou que o rápido crescimento dos fabricantes chineses de veículos elétricos se deve à inovação e à eficiência das cadeias de abastecimento do país, e não aos subsídios atribuídos pelo Governo chinês.
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