"Não, não temos qualquer data para uma operação, pelo menos uma que nos tenha sido comunicada pelos israelitas", declarou Blinken numa conferência de imprensa em Washington, ao lado do homólogo britânico, David Cameron.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou na segunda-feira que tinha sido definida uma data para uma ofensiva à cidade de Rafah que, segundo Israel, é um dos últimos bastiões do movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.
Blinken indicou também que haverá novas conversações entre israelitas e norte-americanos "na próxima semana em Washington" sobre a situação em Rafah.
"Não espero que sejam tomadas quaisquer medidas antes destas conversações; aliás, não vejo nada iminente", afirmou Blinken.
Os Estados Unidos e muitos outros países temem pela segurança dos mais de 1,5 milhões de habitantes da Faixa de Gaza deslocados pela guerra e que encontraram refúgio nessa zona do extremo sul daquele território exíguo, perto da fronteira encerrada com o Egito.
A 07 de outubro do ano passado, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.163 mortos, na maioria civis.
No ataque, o Hamas fez também 250 reféns, cerca de 130 dos quais permanecem em cativeiro e 34 terão entretanto morrido, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que hoje entrou no 186.º dia, continuando a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, e fez até agora na Faixa de Gaza mais de 33.200 mortos, quase 76.000 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.
O conflito fez também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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