"Pela primeira vez, o Japão, os Estados Unidos e a Austrália criarão uma rede de mísseis aéreos e uma arquitetura de defesa", revelou Joe Biden em conferência de imprensa conjunta com o chefe do executivo japonês, focada no reforço da cooperação militar e na ameaça da China.
Segundo o líder da Casa Branca, os três países "estão a tomar medidas significativas para reforçar a cooperação na defesa e segurança", considerando que se trata do desenvolvimento desta aliança "mais importante desde o fim da Guerra Fria".
Biden apontou a modernização das estruturas de comando e controlo, interoperabilidade e planeamento das respetivas forças armadas, "para que possam trabalhar em conjunto de forma integrada e eficaz".
O primeiro-ministro do Japão sustentou, por seu lado, que a cooperação na área da segurança e defesa com os Estados Unidos é fundamental para evitar no futuro uma situação semelhante à da Ucrânia, país invadido pela Rússia em fevereiro de 2022.
"Hoje é a Ucrânia e amanhã poderá ser a região da Ásia-Pacífico", disse Kishida, destacando a importância de manter o diálogo com a China e favorecer a resolução pacífica das diferenças, em concreto no que respeita à tensão no Estreito de Taiwan, ao mesmo tempo que lembrou que Pequim deve "cumprir as suas responsabilidades como uma das grandes potências" do mundo.
Neste sentido, Biden garantiu que os canais e a comunicação com Pequim são constantes, com vista a reduzir possíveis erros de cálculo.
"As nossas conversas [com o primeiro-ministro japonês] têm a ver com uma aliança que é de natureza puramente defensiva e trata-se de desenvolvimentos de defesa que nada têm a ver com o conflito", sublinhou Biden.
Kishida defendeu que a relação com a China é de importância estratégica, embora áreas disputadas no Mar da China Meridional continuem a aumentar as tensões com Tóquio, a que se soma a instabilidade acrescida pelo comportamento de desafio da Coreia do Norte e o seu programa nuclear.
Na conferência de imprensa de hoje, Joe Biden reiterou que está aberto ao diálogo com a Coreia do Norte e considerou que se as condições estiverem reunidas será algo positivo.
"Congratulo-me com a oportunidade de iniciar o diálogo com a República Popular Democrática da Coreia pelos nossos aliados. Já disse muitas vezes que estamos abertos ao diálogo a qualquer momento, sem condições prévias", declarou.
O líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o antecessor de Biden, o republicano Donald Trump (2017-2021), reuniram-se três vezes entre 2018 e 2019, um passo histórico desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), que dividiu a península coreana em dois países.
Fumio Kishida encontra-se em visita de Estado aos Estados Unidos, tendo sido recebido com grande destaque na Casa Branca pelo Presidente norte-americano, que falou de uma parceria indestrutível entre os dois países e tão florescente como as cerejeiras na primavera, e saudou um líder "visionário e corajoso".
Em 1912, o autarca de Tóquio ofereceu à cidade de Washington milhares de cerejeiras, cujo florescimento atrai turistas à capital federal norte-americana todos os anos.
Kishida indicou que o seu país ofereceria 250 cerejeiras adicionais por ocasião do 280.º aniversário da fundação dos Estados Unidos, a celebrar em 2026.
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