Zelensky pede que líderes "cumpram" e negoceiem adesão a partir de junho

O Presidente ucraniano exortou hoje os líderes da União Europeia (UE) a "cumprirem o que prometeram" e a avançar em junho com as negociações sobre a adesão da Ucrânia, apelando à utilização dos lucros com bens russos congelados.

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© Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu via Getty Images

Lusa
17/04/2024 21:26 ‧ 17/04/2024 por Lusa

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Ucrânia

"Precisamos que a UE cumpra o que prometeu e o nosso povo precisa de ver a Ucrânia aproximar-se da plena adesão. Junho é o momento certo para iniciar efetivamente as negociações com a Ucrânia sobre a adesão [ao bloco comunitário] e, por conseguinte, temos de adotar um quadro de negociação e realizar a primeira conferência intergovernamental", apelou Volodymyr Zelensky.

Intervindo por videoconferência no arranque do Conselho Europeu extraordinário, em Bruxelas, o chefe de Estado ucraniano salientou também que "as sanções contra a Rússia pelo seu terrorismo devem ser reforçadas", sendo também "justo que os ativos russos que estão agora congelados sejam utilizados para proteger vidas do terror russo".

"Por favor, trabalhem para limitar as receitas russas", pediu ainda Volodymyr Zelensky, numa alusão a "tolerância zero" para trocas comerciais com a Rússia.

Espera-se que, no início do verão, a Comissão Europeia apresente uma proposta sobre o quadro de negociações para adesão da Ucrânia à UE, o que só deverá acontecer depois das eleições europeias marcadas para 06 a 09 de junho.

Em meados de dezembro passado, o Conselho Europeu decidiu abrir as negociações formais de adesão à UE com a Ucrânia e a Moldova, países que têm estatuto de candidatos à UE desde meados de 2022.

Antes, em novembro de 2023, o executivo comunitário recomendou ao Conselho que avançasse face aos esforços feitos por Kiev para cumprir requisitos sobre democracia, Estado de direito, direitos humanos e respeito e a proteção das minorias, embora impondo condições como o combate à corrupção.

O alargamento é o processo pelo qual os Estados aderem à UE, após preencherem requisitos ao nível político e económico.

Sobre os lucros inesperados com bens russos congelados no espaço comunitário, a Comissão Europeia estima ser possível enviar, já em julho, os primeiros mil milhões de euros para a Ucrânia em apoio militar suportado por tais verbas.

Essa iniciativa surge depois de a UE ter decidido, como uma das sanções impostas à Rússia pela invasão da Ucrânia, proibir quaisquer transações relacionadas com a gestão das reservas e dos ativos do banco central russo, com os restantes ativos relevantes detidos por instituições financeiras nos Estados-membros a ficarem congelados.

Neste momento, os 27 Estados-membros da UE (principalmente a Bélgica) já congelaram mais de 200 mil milhões de euros em ativos russos devido à política de sanções.

"Peço-vos que acelerem a implementação dos acordos que celebrámos convosco, tanto no que se refere ao fornecimento e à produção conjunta de armas e munições, como ao financiamento de projetos relevantes", pediu Volodymyr Zelensky, na sua intervenção por videoconferência perante os líderes da UE.

"Todos nós precisamos agora de ultrapassar Putin [Presidente russo] na nossa determinação para que esta guerra comece finalmente a caminhar para um fim justo", adiantou.

Leia Também: Zelensky lamenta vítimas de ataques russos por falta de ajuda militar

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