Jornalistas haitianos continuam a ser "alvos" de assassínios e raptos
O vice-presidente da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em castelhano), Javier Valdivia Olaechea, considerou hoje que os jornalistas no Haiti continuam a ser "alvos de ataques" e raptos por bandos armados.
© Steven Aristil/Anadolu Agency via Getty Images
Mundo SIP
O dirigente, vice-presidente regional da SIP para o Haiti, intervinha na abertura dos trabalhos da reunião semestral da organização, que se iniciou hoje em Miami, Estados Unidos, a sua reunião semestral de três dias.
Para Valdivia Olaechea, os jornalistas no Haiti estão numa situação de "grande perigo e insegurança" e "sobrevivendo o melhor que podem" num país imerso numa crise e violência sem fim, e no esquecimento internacional.
"O Haiti está a atravessar um dos piores momentos da sua história. Port-au-Prince (a capital) está tomada por bandos que encurralaram a população e os jornalistas trabalham com salários miseráveis" e estão expostos à violência, alertou Valdivia no primeiro dia da reunião da SIP, que está a analisar a situação da liberdade de imprensa e de expressão nas Américas.
Por isso, apelou à comunidade internacional para que tome "medidas concretas" e "venha em defesa dos jornalistas haitianos", que "continuam a sofrer e a arriscar a vida" perante a impunidade que reina no país e em situações de "enorme insegurança e precariedade laboral".
Valdivia Olaechea criticou ainda o "total desinteresse" da comunidade internacional, que apenas mostra algum gesto ou "comunicado de boa vontade" em situações pontuais de crise no país caribenho, algo que raramente se traduz em algo concreto.
Caso a crise não seja resolvida, esta pode alastrar-se e afetar diretamente os países das Caraíbas, a República Dominicana e os Estados Unidos, pois o Haiti é "um lugar onde não se pode viver".
Neste contexto, recordou que 90 jornalistas assinaram recentemente um documento que apela à comunidade internacional para "salvaguardar a liberdade de expressão no Haiti".
O Haiti está mergulhado em crise e violência há anos e a insegurança aumentou ainda mais desde o final de fevereiro, com ataques de poderosos bandos armados contra instituições, empresas, propriedades privadas e prisões, de onde fugiram cerca de 3.600 prisioneiros.
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