Mais de 110 civis sequestrados há seis dias no Mali

Mais de 110 civis foram sequestrados há seis dias por extremistas islâmicos no centro do Mali, informaram hoje fontes locais.

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© Stefano Montesi - Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
22/04/2024 13:32 ‧ 22/04/2024 por Lusa

Mundo

Mali

Estes civis foram detidos na passada terça-feira a bordo de três autocarros por homens que obrigaram os veículos e os seus passageiros a dirigirem-se para uma floresta entre as cidades de Bandiagara e Bankass (centro do Mali), segundo um grupo de associações da região, que pedem a sua libertação, e um eleito local.

"Apelamos à libertação dos mais de 110 passageiros dos três autocarros sequestrados na terça-feira pelos jihadistas", declarou hoje Oumar Ongoïba, membro do grupo.

"Os três autocarros e os mais de 120 passageiros ainda estão nas mãos dos jihadistas", declarou um eleito de Bandiagara, que deseja manter o anonimato por razões de segurança.

Após o sequestro, circularam rumores de que o exército maliano iria libertar os civis sob a sua custódia.

Na terça-feira, o mesmo grupo de associações de Bandiagara emitiu um comunicado de imprensa denunciando a "persistência dos ataques terroristas", o "número crescente de deslocados" nas cidades e a "inação das forças armadas" na região, sem mencionar o sequestro.

Desde 2012, o Mali tem sido assolado pelas atividades de grupos filiados na Al-Qaida e no Estado Islâmico, pela violência dos grupos de autodefesa e pelo banditismo. A crise de segurança está associada a uma profunda crise humanitária e política.

A violência alastrou aos países vizinhos Burkina Faso e Níger, precipitando golpes militares nos três países.

O Mali, o Burkina Faso e o Níger romperam a sua antiga aliança com a antiga potência dominante, a França, para se voltarem militar e politicamente para a Rússia, tendo formado, em novembro, a Aliança dos Estados do Sahel (AES) e anunciado a sua retirada da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Os militares no poder no Mali desde 2020 tinham prometido organizar eleições presidenciais em fevereiro para dar lugar a um regime civil.

Mas o primeiro-ministro do Mali nomeado pelos militares, Choguel Kokalla Maïga, declarou este mês que a junta só organizaria eleições para o regresso dos civis ao poder quando o país estivesse definitivamente estabilizado.

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