Coreia do Sul acusa regime norte-coreano de ataques informáticos à Defesa

As autoridades sul-coreanas responsabilizaram hoje grupos norte-coreanos por ataques informáticos a pelo menos uma dezena de empresas da indústria militar da Coreia do Sul ao longo, pelo menos, do último ano e meio.

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Lusa
23/04/2024 13:25 ‧ 23/04/2024 por Lusa

Mundo

Coreia do Norte

A Agência Nacional de Polícia da Coreia do Sul informou que os dados foram recolhidos no âmbito de uma série de investigações sobre a crescente ameaça cibernética e os ataques recorrentes a organizações governamentais relacionadas com a indústria militar.

Numa tentativa de "roubar tecnologia", os ataques terão sido levados a cabo por três grandes grupos informáticos norte-coreanos - Lazarus, Andariel e Kimsuki - segundo a polícia, em comunicado divulgado pela agência noticiosa sul-coreana Yonhap.

Desde novembro de 2022, o Lazarus tem invadido servidores informáticos externos de uma empresa e implantado código malicioso, assumindo o controlo da intranet e transferindo dados importantes de seis computadores internos para um servidor alojado numa 'nuvem' (armazenamento) estrangeira.

A Andariel, por sua vez, tem recorrido ao roubo de dados de tecnologia de defesa de uma outra empresa desde outubro de 2022, conseguindo, dessa forma, obter ilegalmente informações de correio eletrónico e palavras-passe, através de uma empresa responsável por manutenção.

As autoridades policiais também explicaram que o grupo Kimsuki conseguiu aceder ilegalmente aos servidores de correio eletrónico de uma empresa de tecnologia de defesa e descarregar dados tecnológicos durante cerca de quatro meses.

Com base nos endereços IP e no código malicioso utilizado nos ataques, a polícia conseguiu identificar a origem dos ataques.

Alguns dos endereços IP apontam para a cidade chinesa de Shenyang e correspondem aos mesmos endereços utilizados no ataque informático de 2014 contra a agência hidroelétrica sul-coreana Korea Hydro & Nuclear Power Co.

A polícia confirmou que os ataques estão a acontecer há um ano e meio e cessaram recentemente, mas sem que sejam conhecidos o período exacto ou a extensão total do roubo.

"Quanto à extensão dos danos, o Ministério da Defesa e a Administração do Programa de Aquisição de Defesa vão estudar o assunto minuciosamente", afirmou um responsável da polícia, sob condição de anonimato.

Leia Também: Coreia do Norte lança míssil balístico para o mar do Japão

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