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Protestos pró-palestinianos continuam a agitar universidades nos EUA

A Universidade de Columbia, em Nova Iorque, cancelou aulas presenciais e dezenas de manifestantes foram detidos, devido a protestos que estão a agitar diversas universidades norte-americanas por causa da guerra entre Israel e o Hamas.

Protestos pró-palestinianos continuam a agitar universidades nos EUA
Notícias ao Minuto

14:59 - 23/04/24 por Lusa

Mundo EUA

Mais de 100 manifestantes pró-palestinianos que acamparam no relvado em frente à Universidade de Columbia foram detidos, enquanto manifestações semelhantes surgiram em universidades de todos os Estados Unidos, levando as direções escolares a procurar traçar o limite entre a liberdade de expressão e manutenção da segurança de alunos e professores.

Na Universidade de Nova Iorque, um acampamento montado por estudantes acolheu centenas de manifestantes durante toda a segunda-feira.

A direção da instituição pediu à multidão que se retirasse, mas foi obrigada a chamar a polícia quando a situação ficou descontrolada, enquanto os manifestantes entoavam cânticos que foram considerados "intimidadores e antissemitas".

"Trata-se de uma repressão ultrajante por parte da universidade permitir que a polícia prenda estudantes no nosso próprio 'campus'", defendeu Byul Yoon, estudante de Direito da Universidade de Nova Iorque, que também foi afetada pelos incidentes.

"O antissemitismo nunca é bom. Não é isso que defendemos e é por isso que há tantos camaradas judeus que estão aqui connosco hoje aqui", acrescentou Yoon.

Os protestos colocaram estudantes uns contra os outros, com alunos pró-palestinianos a exigir que as suas escolas condenassem o ataque de Israel a Gaza e desinvestissem em empresas que vendem armas a Israel.

Alguns estudantes judeus, entretanto, responderam que muitas das críticas a Israel se transformaram em antissemitismo e fizeram com que se sentissem inseguros, lembrando que o grupo islamita Hamas ainda mantém reféns feitos durante a invasão em 07 de outubro.

O conflito escalou na segunda-feira na Universidade de Columbia, onde os portões do 'campus' foram trancados para qualquer pessoa que não tivesse carteira de estudante e onde eclodiram protestos dentro e fora dos terrenos do estabelecimento de ensino superior.

A congressista norte-americana Kathy Manning - uma democrata da Carolina do Norte que estava a visitar Columbia com três outros membros judeus do Congresso - disse aos jornalistas, depois de se reunir com a Associação Judaica de Estudantes de Direito, que havia "um enorme acampamento de pessoas" que tinham assumido o controlo de parte das instalações da organização.

Nos próximos dias, um grupo de trabalho composto por reitores, administradores escolares e professores tentará encontrar uma solução para a crise universitária, não sendo ainda possível garantir quando é que as aulas presenciais serão retomadas.

Os protestos têm agitado muitas universidades, em várias cidades dos Estados Unidos, desde o ataque do Hamas no sul de Israel, que matou cerca de 1.200 pessoas, a maioria delas civis, e fez cerca de 250 reféns.

Durante a guerra que se seguiu, Israel matou mais de 34 mil palestinianos na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde local, que não faz distinção entre combatentes e não combatentes, mas afirma que pelo menos dois terços dos mortos são crianças e mulheres.

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