Kyiv suspende serviços consulares para homens em idade de combater

A Ucrânia anunciou hoje ter suspendido os serviços consulares no estrangeiro para homens dos 18 aos 60 anos, após referir a adoção em breve de medidas para fazer regressar ao país os homens em idade de combater.

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© Jose Colon/Anadolu via Getty Images

Lusa
23/04/2024 20:16 ‧ 23/04/2024 por Lusa

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Ucrânia

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou uma suspensão temporária da receção de novos casos pelos serviços consulares relativos à categoria de cidadãos ucranianos mencionada", indicou num comunicado a diplomacia ucraniana, precisando referir-se aos homens com idades compreendidas entre 18 e 60 anos.

Segundo esta fonte, só a emissão de "bilhetes de identidade para reentrada na Ucrânia" está a ser mantida para esta categoria de homens.

A cessação dos serviços consulares, nomeadamente a renovação de documentos de identificação e outros trâmites administrativos importantes, poderá teoricamente obrigar cidadãos ucranianos a voltar ao país.

Kiev, que há mais de dois anos combate a invasão russa, precisa desesperadamente de soldados, mais ainda porque o Exército ucraniano espera que Moscovo lance uma nova ofensiva nas próximas semanas ou meses.

O Governo proíbe os homens em idade de combate de viajar para o estrangeiro, com apenas algumas exceções. Mas, segundo estimativas da comunicação social, dezenas de milhares de homens fugiram do país ilegalmente para não irem para a frente de batalha.

"O mecanismo de atualização e verificação das informações sobre a situação militar dos homens com idades entre os 18 e os 60 anos que temporariamente se encontram no estrangeiro está agora a ser definido", indicou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano.

A diplomacia ucraniana acrescentou ainda que "serão transmitidas mais explicações" quando este trabalho de recolha de informação estiver concluído e que os homens cuja situação militar é "válida" poderão novamente beneficiar dos serviços consulares.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.

Leia Também: Ucrânia diz que Rússia vai atacar áreas "inesperadas" no verão

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