O texto recebeu 13 votos a favor, a abstenção da China e o voto contra da Rússia, que como membro permanente do Conselho de Segurança tem o poder de bloquear um projeto de resolução.
Após a votação, a embaixadora norte-americana junto à ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou que o veto de Moscovo levanta questões sobre o que o Governo de Vladimir Putin pode estar a esconder.
Vários diplomatas lamentaram o veto russo e advogaram que se perdeu uma oportunidade para reforçar a segurança global através da prevenção do armamento do espaço.
A resolução, que contou com o patrocínio de dezenas de países, incluindo Portugal, apelava a todos os países para que não desenvolvessem ou implantassem armas de destruição maciça no espaço.
A votação deste projeto de resolução seguiu-se à confirmação pela Casa Branca no mês passado de que a Rússia obteve uma capacidade "preocupante" de armamento anti-satélite, embora tal arma ainda não esteja operacional.
O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou mais tarde que Moscovo não tem intenção de implantar armas nucleares no espaço, alegando que o país apenas desenvolveu capacidades espaciais semelhantes às dos Estados Unidos.
O projeto de resolução agora vetado advogava que "a prevenção de uma corrida às armas no espaço evitaria um grave perigo para a paz e segurança internacionais".
Instava todos os países que realizam atividades de exploração e utilização do espaço exterior a cumprirem o direito internacional e a Carta das Nações Unidas.
O projeto sublinhava ainda que os países que ratificaram o Tratado do Espaço Sideral de 1967 deveriam cumprir as suas obrigações de não colocar em órbita ao redor da Terra "quaisquer objetos" com armas de destruição em massa, ou instalá-los "em corpos celestes, ou estacionar tais armas em espaço sideral".
Frisava também "a necessidade de novas medidas, incluindo compromissos políticos e instrumentos juridicamente vinculativos, com disposições adequadas e eficazes para verificação, para evitar uma corrida armamentista no espaço exterior em todos os seus aspetos".
Ao longo das negociações, a China e a Rússia alegaram que as suas preocupações não tinham sido adequadamente abordadas pelos co-titulares do projeto.
Antes da votação, o embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, alegou perante o Conselho que a resolução era "absurda e politizada".
O diplomata propôs ainda um parágrafo resolutivo defendendo que uma corrida armamentista no espaço sideral deveria referir-se a todos os tipos de armas -- não apenas às armas nucleares e outras armas de destruição em massa.
Contudo, essa proposta de emenda russa não foi aprovada.
[Notícia atualizada às 22h51]
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