"Não vamos assumir o mandato da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo), temos o suficiente para fazer sem substituir outras organizações", indicou Krahenbuhl, que dirigiu a agência da ONU na Palestina entre 2015 e 2019.
Em entrevista ao diário suíço Le Temps, Krahenbuhl acrescentou que as responsabilidades do CICV e da UNRWA "são completamente diferentes" um dia antes de o próprio comissário-geral da agência da ONU, Philippe Lazzarini, dar uma conferência de imprensa em Genebra.
Na sequência das acusações de Israel de envolvimento com os islamitas palestinianos do Hamas, vários doadores como os Estados Unidos e a Suíça suspenderem o financiamento à agência e foi criado um grupo de investigação independente liderado pela antiga ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna.
Na semana passada, Colonna indicou no seu primeiro relatório sobre a UNRWA que Israel não forneceu as provas necessárias para provar a alegada colaboração entre funcionários da agência da ONU e o Hamas ou outros grupos armados envolvidos nos ataques de 07 de outubro de 2023, que mataram em Isreal cerca de 1.200 pessoas e desencadearam a atual guerra em Gaza.
Na entrevista ao Le Temps, o diretor-geral do CICV foi também questionado sobre a situação financeira incerta da organização o que levou no ano passado à redução de 4.000 trabalhadores, um quinto do seu total.
Krahenbuhl garantiu que a situação financeira da organização, cujo objetivo era poupar 716 milhões de euros no seu orçamento para 2024, foi "saneada e estabilizada".
Em retaliação aos ataques de outubro, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva que causou mais de 34 mil mortos, segundo dados do ministério da Saúde do Hamas.
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