A aliança "Wir sind die Brandmauer Dresden" ("Nós somos o muro protetor de Dresden", em tradução livre) convocou a manifestação, apoiada por várias organizações civis, para a praça Pohlandplatz, na capital saxónica, perto da rua onde Ecke, o principal candidato social-democrata às eleições europeias na Saxónia, foi atacado na sexta-feira por um grupo de quatro pessoas.
Um jovem de 17 anos entregou-se à polícia na madrugada de hoje e assumiu ser o autor do ataque contra o político social-democrata de 41 anos, que teve de ser operado.
O suspeito, que não tem antecedentes criminais, não ficou detido por ser adolescente e por se ter entregado voluntariamente.
O jovem vai agora ser interrogado pelo Centro de Polícia de Combate ao Terrorismo e ao Extremismo (PTAZ) na presença do seu advogado.
O copresidente do Partido Social-Democrata (SPD), Saskia Esken, alertou hoje, na sede do seu partido em Dresden, antes da manifestação de solidariedade, para a necessidade de não se banalizar o ataque a Ecke como um ato isolado de uma pessoa.
"É evidente que esta predisposição para a violência não cai do céu", afirmou, acrescentando que "tem a ver com as sementes da divisão social e com as mensagens de desprezo pela democracia que emanam do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) e de outros partidos de extrema-direita" e que "são corresponsáveis pelo clima social em que tais atos são possíveis".
Segundo a polícia, minutos antes do ataque a Ecke, um grupo de quatro pessoas, provavelmente as mesmas que atacaram o político social-democrata, já tinha atacado outro voluntário dos Verdes, de 28 anos, também enquanto afixava cartazes.
O atentado contra o eurodeputado Matthias Ecke ocorreu na sexta-feira à noite em Dresden, quando o candidato estava sozinho a colar cartazes no arranque da campanha eleitoral para as eleições europeias, marcadas para 09 de junho.
Vários responsáveis políticos alemães, incluindo o chanceler Olaf Scholz, condenaram o violento ataque.
O SPD do estado da Saxónia está a reforçar as medidas de segurança impedindo que, a partir de agora, os seus membros levem a cabo ações de campanha sozinhos.
Nesse sentido, foi estabelecido que os elementos daquele partido devem estar sempre em grupos de quatro ou cinco para poderem reagir a potenciais ataques e a polícia será informada antecipadamente sobre a colocação de cartazes.
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