O hospital indicou hoje à agência France Presse (AFP) que recebeu "cinco mártires e muitos feridos" em resultado dos ataques noturnos israelitas.
Os bombardeamentos foram dirigidos a "locais terroristas" localizados no extremo sul do enclave palestiniano em preparação da entrada das forças terrestres israelitas no leste de Rafah, de acordo com o porta-voz militar do Exército, Daniel Hagari.
Segundo testemunhas e fontes de segurança palestinianas citadas pela AFP, a região de Rafah continuava a ser palco de intensos ataques israelitas.
O Gabinete de Guerra israelita, chefiado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, anunciou na segunda-feira que decidiu prosseguir a ofensiva em Rafah, ao mesmo tempo que concordou continuar as negociações para uma trégua com o grupo palestiniano Hamas.
"Embora a proposta do Hamas fique muito aquém dos requisitos de Israel, Israel enviará uma delegação para esgotar a possibilidade de chegar a um acordo em condições aceitáveis", afirmou o gabinete de Netanyahu em comunicado.
Nesse sentido, Israel informou que manterá a decisão de realizar uma ofensiva militar contra Rafah "para exercer pressão militar sobre o Hamas", com a finalidade de "avançar na libertação dos reféns" sequestrados pelas milícias palestinianas no dia 07 de outubro, e de alcançar os seus "objetivos na guerra".
Esta declaração surgiu depois de o chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, ter confirmado aos mediadores do Egito e do Qatar que aceitou uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza, enquanto as Forças de Defesa israelitas anunciavam que bombardearam ao fim do dia mais de 50 alvos do grupo palestiniano na região de Rafah.
Na manhã de segunda-feira, as Forças de Defesa israelitas emitiram uma ordem de evacuação para a região das zonas orientais de Rafah, afetando cerca de cem mil pessoas, num primeiro passo de uma ofensiva em grande escala contra a região, onde se encontram mais de 1,2 milhões de deslocados.
Várias vozes na comunidade internacional, no mundo árabe e no Ocidente, incluindo o Presidente norte-americano, Joe Biden, têm pedido insistentemente a Israel para suspender os seus planos para Rafah, alertando para a grave crise humanitária que se vive na região.
Na noite de segunda-feira, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reafirmou que uma invasão de Rafah seria "intolerável" e apelou a Israel e ao Hamas para uma "esforço adicional" na obtenção de uma trégua.
"Hoje lancei um apelo muito forte ao Governo israelita e aos líderes do Hamas para que façam um esforço adicional para materializar um acordo vital", declarou o líder das Nações Unidas na receção ao Presidente italiano, Sergio Mattarella.
Para Guterres, "esta é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada" e uma invasão terrestre de Rafah "seria intolerável devido às suas consequências humanitárias devastadoras e ao seu impacto desestabilizador na região".
Israel argumenta que as últimas unidades ativas do grupo extremista Hamas palestiniano estão em Rafah.
O conflito atual foi desencadeado por um ataque do Hamas em 07 de outubro, que causou quase 1.200 mortos, com Israel a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34.700 mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.
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