"Temos 223 efetivos em todas as ilhas" e um concurso a terminar para entrada de 68 novos profissionais, referiu o diretor nacional, Manuel da Lomba, acrescentando que "a negociação" com o Governo vai mostrar "a necessidade de [haver] mais efetivos e de abrir novos departamentos e unidades noutras ilhas".
A dispersão da população (500.000 habitante) por nove das 10 ilhas do arquipélago e a vasta zona costeira são características a ter em conta na investigação criminal, sublinhou.
"Há um forte empenho do Governo, nomeadamente através da ministra da Justiça, incansável na procura de soluções, e estamos em sintonia para ver se conseguimos ter mais inspetores nos próximos anos", disse, sem adiantar números.
"Estou a pensar numa média, que não posso revelar", referiu.
"O combate ao crime custa, a investigação é cara", mas "o mais importante é manter o Estado de Direito, a democracia e a liberdade. Isso não tem preço", indicou Manuel da Lomba.
O diretor nacional falava na capital, Praia, ilha de Santiago, à margem da conferência "Polícia Judiciária - 31 anos de Proatividade e Comprometimento na Prevenção e Combate ao Crime", em que participou Luís Neves, diretor nacional da Polícia Judiciária de Portugal.
"A relevância de Cabo Verde é grande" no panorama da cooperação policial internacional, "pela qualidade das pessoas que aqui trabalham e pelo posicionamento geoestratégico, do ponto de vista de uma das grandes ameaças mundiais, que é o narcotráfico", referiu Luís Neves à Lusa.
"O combate é global e Cabo Verde tem grande relevância nesse sentido e também grande interesse, porque quer fazer parte desta luta", acrescentou, classificando o país como "um parceiro credível".
Durante uma apresentação na conferência de hoje, Luís Neves abordou por diversas vezes os novos desafios tecnológicos no combate ao crime organizado.
"A questão tecnológica entrou definitivamente, há muitos anos, e agora de forma drástica, na investigação criminal e no desmantelamento das organizações", explicou.
Na prática, "se os criminosos usam toda essa tecnologia", como "a comunicação encriptada ou por satélite" entre outras funcionalidades, para os combater eficazmente, as polícias têm de ter "os mesmos meios legais e tecnológicos, 'software' e gente preparada", concluiu.
O programa de comemorações dos 31 anos da PJ de Cabo Verde inclui, no sábado, um ato solene com homenagens ao pessoal aposentado e aos funcionários por antiguidade, a par da assinatura de protocolos de cooperação com os portos de Cabo Verde, Polícia Nacional e Forças Armadas.
Leia Também: Banco de Cabo Verde sobe taxas de juro de referência para 1,5%