"Para que haja uma grande ofensiva em Rafah, teria de haver um plano absolutamente claro sobre como salvar vidas, como deslocar as pessoas", disse o ministro britânico na televisão Sky News.
"Não vimos esse plano, e é por isso que não apoiamos" uma ofensiva em Rafah, acrescentou.
David Cameron lembrou que "centenas de milhares de pessoas" refugiaram-se em Rafah depois de fugirem de outras zonas da Faixa de Gaza.
"Sem um plano para proteger a população, (...) seria extremamente perigoso tentar uma grande ofensiva", sublinhou.
No sábado, o exército israelita efetuou novos bombardeamentos na Faixa de Gaza, nomeadamente em Rafah, e ordenou novas evacuações desta cidade, ameaçada por uma grande ofensiva terrestre.
Desafiando os avisos internacionais contra uma ofensiva de grande envergadura, as tropas israelitas têm vindo a efetuar incursões na zona leste da cidade desde terça-feira.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, avisou Israel na quarta-feira que deixaria de fornecer projéteis de artilharia e outras armas se o exército israelita atacasse Rafah.
Relativamente à ajuda humanitária a Gaza, David Cameron afirmou que Israel tem de "fazer melhor".
"Já disse em muitas ocasiões que não estou satisfeito com a atuação de Israel em matéria de ajuda humanitária", afirmou, acrescentando que existem "alguns sinais" de melhoria, "mas não suficientemente rápidos".
Israelitas e palestinianos estão em conflito há décadas, mas esta fase do conflito eclodiu em 07 de outubro, quando comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza realizaram um ataque sem precedentes contra Israel, matando mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo dados oficiais israelitas.
Em resposta, Israel prometeu "aniquilar o Hamas", no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva que já provocou mais de 35.000 mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo movimento radical islâmico.
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