"Neste momento a população está em choque e a informação chega aos poucos. Condenamos este ato odioso" deste grupo rebelde ligado ao ex-Presidente François Bozizé, garantiu à Efe o deputado da subprefeitura de Yaloké-Bossembele (onde ocorreu o incidente), Auguste Boukanga.
Por existir ainda pouca informação, Boukanga admite que o número de mortos poderá aumentar nos próximos dias.
"Os rebeldes atacaram de madrugada, mas encontraram resistência do Exército Centro-Africano", relatou um líder da sociedade civil da região, Junior Kango.
A mesma fonte acrescentou que "houve também numerosos feridos que foram transferidos para as cidades de Gaga e de Yaloké para receber cuidados médicos", mas que estes hospitais estão saturados e alguns pacientes serão transferidos para Bangui", a capital do país.
O médico chefe do hospital de Yaloké, Henri Bengué, confirmou a chegada de numerosos feridos.
O antigo Presidente Bozizé, que presidiu a RCA entre 2003 e 2013, fundou a aliança rebelde do CPC em dezembro de 2020 com o objetivo de impedir uma eleição presidencial na qual não pudesse participar, depois de as autoridades centro-africanas terem invalidado a sua candidatura.
Os rebeldes da aliança chegaram às portas de Bangui em janeiro de 2021, mas o exército conseguiu afastá-los com a cooperação das tropas da missão de paz da ONU no país (Minusca).
Essa derrota militar forçou Bozizé a fugir para o exílio, primeiro para o vizinho Chade e depois para a Guiné-Bissau.
O sistema de justiça centro-africano condenou Bozizé a trabalhos forçados perpétuos e emitiu um mandado de detenção internacional contra ele por crimes contra a humanidade.
A RCA tem sofrido vagas de violência sistémica desde finais de 2012, quando uma coligação de grupos rebeldes de maioria muçulmana -- a Séléka -- tomou a capital e derrubou Bozizé, iniciando uma guerra civil.
Como resistência aos ataques do Séléka, formaram-se milícias cristãs anti-Balaka que, tal como o primeiro grupo, acabaram divididas em diversas fações armadas.
Dois terços do país, rico em diamantes, urânio e ouro, ainda são controlados por milícias e, segundo a ONU, perto de 500 mil pessoas estão deslocadas internamente.
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