Os três partidos independentistas que desde há 14 anos têm maioria no parlamento autonómico e se aliam para viabilizar sempre governos independentistas, deverão eleger este ano cerca de 60 deputados. Para a maioria absoluta são necessários 68.
Trata-se da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, esquerda, atualmente à frente do governo regional), do Juntos pela Catalunha (JxCat, de direita) e da Candidatura de Unidade Popular (CUP, de esquerda).
Já o Partido Socialista da Catalunha (PSC) deverá superar os 40 deputados e passará a ter o maior grupo parlamentar na assembleia regional. Precisará, no entanto, de acordos com outros partidos - de governo ou parlamentares - para ficar com o poder.
Quando estão contados mais de 95% dos votos e já não se preveem grandes alterações no resultado final, o PSC, de Salvador Illa e do primeiro-ministro de Espanha Pedro Sánchez, liderava com 28% e a possível eleição de 42 deputados, mais nove do que os 33 que tinha.
Em segundo lugar, estava o JxCat, do ex-presidente regional Carles Puigdemont, com 21,5% dos votos e a provável eleição de 35 deputados (tinha 32), seguido pela ERC, de Pere Aragonès, com 13,6% e 20 assentos no parlamento (menos 13).
A CUP, com 4% dos votos, deverá perder cinco deputados e ficar com apenas quatro.
O Partido Popular (PP, direita) foi o que mais cresceu em relação às eleições autonómicas catalãs anteriores e superou os 10% dos votos, passando dos atuais três deputados para, provavelmente, 15.
O Vox (extrema-direita) deverá manter os 11 deputados que já tinha e será o quinto maior partido no parlamento regional (era o quarto).
Já o Comuns Somar (esquerda e na coligação do governo de Espanha com os socialistas), alcançou 5,8% dos votos e ficará, provavelmente, com seis deputados (menos dois).
O Cidadãos (direita), que chegou a ser o mais votado nas eleições regionais de 2017, desapareceu hoje do parlamento catalão, onde tinha seis deputados.
No parlamento manter-se-ão, porém, oito partidos, com a entrada de uma formação nova, a Aliança Catalã, que é independentista e de extrema-direita, que conseguiu 3,8% dos votos e deverá ficar com dois deputados.
Durante a campanha, os outros partidos independentistas - ERC, JxCat e CUP -comprometeram-se, num documento escrito, a não negociar nem aceitar os votos de deputados da Aliança Catalã para chegarem ao governo, por ser de extrema-direita.
A Catalunha passou assim a ser o único parlamento em Espanha a ter dois partidos de extrema-direita representados.
O socialista Salvador Illa admitiu durante a campanha governar com o apoio da ERC e do Comuns Somar, algo com que a Esquerda Republicana não se comprometeu, mas também não excluiu.
Se se confirmar a distribuição de deputados quando estavam contados mais de 95% dos votos, estes três partidos de esquerda teriam precisamente 68 assentos no parlamento regional, o mínimo para a maioria absoluta.
[Notícia atualizada às 21h57]
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