"Isto significa o fim e a morte política do regime sionista, um regime que vive hoje em absoluto isolamento político no mundo e cujos líderes já não podem viajar para outros países", declarou o general Hossein Salami, citado pela agência francesa AFP.
O chefe do exército ideológico da República Islâmica considerou que, a partir de agora, apenas altos funcionários dos Estados Unidos, França e Reino Unido viajarão para Israel, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
O TPI emitiu na quinta-feira mandados de detenção contra Netanyahu, o ex-ministro Yoav Gallant e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif, por crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
Num discurso transmitido pela televisão estatal, Salami saudou a decisão do TPI como "uma vitória para o povo palestiniano e libanês", numa referência à ofensiva israelita na Faixa de Gaza, que se estendeu ao Líbano.
A ofensiva foi desencadeada por um ataque contra Israel do grupo extremista palestiniano Hamas, a partir da Faixa de Gaza, e em que se envolveu o grupo Hezbollah libanês.
O Irão lidera o chamado "eixo de resistência" contra Israel e os Estados Unidos, de que fazem parte o Hamas e o Hezbollah, entre outros grupos armados da região do Médio Oriente.
O chefe dos Guardas da Revolução Islâmica afirmou também que o Irão vingará o ataque de Israel no final de outubro, que matou cinco pessoas e que foi uma retaliação a um ataque iraniano em território israelita.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Kazem Gharibabadi, também saudou a decisão do tribunal com sede em Haia (Países Baixos encarregado de julgar pessoas acusadas de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
"Esta decisão mostra que o TPI também concluiu que o regime sionista criminoso cometeu crimes e que a sua investigação é da competência deste tribunal, incluindo crimes de guerra, crimes contra a humanidade, genocídio e outros", afirmou Gharibabadi.
As autoridades iranianas não comentaram o mandado de captura do TPI contra o chefe militar do Hamas, Mohamed Deif.
Após a emissão dos mandados de captura, Netanyahu considerou a acusação do TPI "absurda e falsa" e uma decisão antissemita, e afirmou que "não há nada mais justo do que a guerra de Israel em Gaza".
O Hamas congratulou-se com a decisão e comentou que a justiça internacional estava com os palestinianos "contra a entidade sionista".
O TPI não dispõe de uma força policial para deter suspeitos, mas os seus 125 Estados membros, incluindo o Reino Unido e os países da União Europeia (UE), são obrigados a cooperar com o tribunal.
Os Estados Unidos e Israel não são membros do TPI.
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