David Sánchez Pérez-Castejón, irmão mais novo do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, apresentou a sua demissão do cargo de diretor do Gabinete de Artes Cénicas do Conselho Provincial de Badajoz, que ocupava desde 2017.
Segundo o ABC, a demissão "unilateral" foi apresentada através de uma carta de aviso e a saída será efetiva no prazo de três meses, em maio, conforme estabelecido pelos regulamentos. Ontem, o maestro já tinha comunicado a sua decisão ao presidente do Conselho Provincial e líder dos socialistas da Extremadura, Miguel Ángel Gallard.
A decisão, note-se, surge numa altura em que David Sánchez Pérez-Castejón enfrenta uma tempestade judicial e que, de acordo com fontes próximas, o estava a afetar pessoalmente. O irmão do primeiro-ministro espanhol é investigado no país por vários crimes, nomeadamente tráfico de influências. Há, inclusive, suspeitas de que o cargo que agora deixa foi criado propositadamente para si.
De realçar que David Sánchez Pérez-Castejón já tinha sido notícia em Portugal. Uma das primeiras vezes foi em junho do ano passado, quando se soube que estava a ser investigado, e quando foi noticiado que este havia fixado a sua residência em Portugal, depois de comprar um palacete em Elvas, distrito de Portalegre, sendo acusado de estar alegadamente a fugir aos impostos, apesar de nunca ou quase nunca ter sido visto pelos vizinhos.
Já este ano, voltou à imprensa portuguesa por ter sido avançado que tinha contactado "pessoalmente" o gabinete de António Costa, quando este ainda era primeiro-ministro, "para pedir ajuda na angariação de fundos da União Europeia" para um projeto de ópera. O contacto foi feito entre David e Vítor Escária, constituído também arguido em Portugal por vários crimes.
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