"Considerar o Hamas uma organização terrorista seria cruel", diz Erdogan
Mais de 1.000 membros do Hamas estão atualmente hospitalizados na Turquia, divulgou hoje o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, reafirmando que não considera o movimento islamita palestiniano, em guerra com Israel na Faixa de Gaza, uma organização terrorista.
© Oliver Bunic/Bloomberg via Getty Images
Mundo Médio Oriente
"Morrem tantos membros do Hamas. Todo o Ocidente ataca-os com todos os tipos de armas e munições", sublinhou o chefe de Estado turco, em declarações aos jornalistas ao lado do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.
"Considerar o Hamas (...) uma organização terrorista seria cruel", frisou, lembrando que a Grécia e a Turquia "não concordam" nesta questão "muito importante".
"Pelo contrário, o Hamas é uma organização de resistência", insistiu Erdogan, que no mês passado recebeu o líder político do movimento palestiniano, Ismail Haniyeh.
O movimento palestiniano é considerado uma organização terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e, em particular, pela União Europeia (UE), bloco do qual a Turquia é país candidato.
Em 07 de outubro combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando mais de 1.170 pessoas, na maioria civis.
Fizeram também mais de 250 reféns, 128 dos quais permanecem em cativeiro e 36 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que hoje entrou no 220.º dia, continuando a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, e fez até agora na Faixa de Gaza 35.034 mortos, mais de 78.000 feridos e milhares de desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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