"Saudamos a cooperação com os amigos chineses no domínio da produção automóvel, onde as empresas chinesas estão a alcançar um sucesso claro e muito óbvio", disse Putin, numa declaração conjunta aos órgãos chineses e russos, após ter reunido com o Presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim.
"Vamos continuar a desenvolver esta cooperação", acrescentou, sublinhando "o impacto negativo de várias sanções e restrições ilegais" no setor.
O apoio do líder russo à indústria automóvel chinesa surge depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter acusado Pequim de fazer batota.
Esta semana, Biden quadruplicou as taxas alfandegárias sobre veículos elétricos oriundos da China, de 25% para 100%.
O Ministério do Comércio da China condenou a medida e advertiu que estas novas barreiras comerciais "afetarão seriamente" a cooperação entre as duas potências.
Também a Comissão Europeia lançou uma investigação sobre os subsídios atribuídos pelo Estado chinês aos fabricantes de veículos elétricos, para determinar se o setor está a beneficiar de ajudas ilegais e se isso está a causar ou pode causar prejuízos económicos aos fabricantes da União Europeia.
Putin, que chegou ao país asiático depois de ter assumido um quinto mandato e na sequência da recente viagem de Xi à Europa, aterrou em Pequim na quinta-feira, naquela que é a sua segunda visita à China em menos de um ano.
Em fevereiro de 2022, pouco antes do início da guerra na Ucrânia, Xi e Putin proclamaram em Pequim uma "amizade sem limites".
A Rússia tornou-se cada vez mais dependente economicamente da China, uma vez que as sanções ocidentais cortaram o seu acesso a grande parte do sistema comercial internacional.
Pequim é agora o maior mercado para o petróleo e gás russos e uma importante fonte de importações, que incluem bens de dupla utilização civil e militar, que mantêm a máquina militar russa operacional, apesar de a China ter banido a venda de armamento ao país vizinho.
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