Moldova referenda adesão à União Europeia a 20 de outubro

O parlamento da Moldova convocou para 20 de outubro um referendo sobre a adesão da ex-república soviética à União Europeia (UE), a que se opõem os partidos políticos pró-russos e as regiões separatistas apoiadas pelo Kremlin (presidência russa).

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© Elena Covalenco / Getty Images

Lusa
16/05/2024 18:31 ‧ 16/05/2024 por Lusa

Mundo

Moldova

"A iniciativa foi adotada com os votos de 56 deputados. O referendo foi convocado para 20 de outubro", declarou Igor Grosu, presidente do parlamento, sobre a votação, que foi transmitida em direto na rede social Facebook.

A convocação do referendo foi possível graças aos votos do Partido da Ação e da Solidariedade, no poder, que detém mais de metade dos lugares no parlamento moldavo.

Posteriormente, os deputados moldavos também convocaram eleições presidenciais para o mesmo dia.

A oposição apelou aos deputados para que adiassem a decisão, alegando que não existe um apoio unânime à adesão à UE na sociedade moldava.

Os comunistas e os socialistas consideraram prematura a realização de um referendo, uma vez que o país ainda não iniciou as negociações de adesão à UE.

Em meados de abril, o Tribunal Constitucional da Moldova aprovou o referendo, ao incluir no seu preâmbulo que "a integração europeia é o objetivo estratégico da Moldova" e "a identidade europeia do povo" da República da Moldova.

"Apoia a adesão da Moldova à UE?", será a pergunta a que os moldavos terão de responder.

A Presidente da Moldova, Maia Sandu, pró-europeia, tenciona candidatar-se à reeleição em 20 de outubro, altura em que os moldavos também votarão a favor ou contra a adesão à UE.

A aproximação à UE começou com a ascensão de Sandu à Presidência em 2020, acelerou com a maioria absoluta do seu partido nas eleições parlamentares do ano seguinte e aprofundou-se com o apoio da Moldova à Ucrânia desde o início da intervenção militar russa em 2022.

Bruxelas decidiu em dezembro abrir negociações de adesão com a Moldova e a Ucrânia.

Além disso, nos últimos anos, o Governo moldavo tem trabalhado para combater a influência russa na política e na sociedade locais, proibindo o partido Shor (pró-Moscovo) e restringindo a difusão de meios de comunicação social de propaganda do Kremlin.

Esta semana, as autoridades moldavas pediram também aos tribunais que proibissem o partido Chance durante seis meses, por suspeita de estar ligado ao empresário Ilon Shor, a quem foi hoje concedida a cidadania russa.

Os separatistas da região da Transnístria e da autonomia de Gagauzia, cujo líder se reuniu recentemente em Moscovo com o líder do Kremlin, Vladimir Putin, rejeitam as políticas pró-europeias de Sandu.

Com cerca de 2,5 milhões de habitantes, a Moldova situa-se entre a Roménia e a Ucrânia.

A região separatista moldava da Transnístria ganhou destaque após o início da guerra na Ucrânia devido aos laços com a Rússia e à sua importante posição geoestratégica.

Kyiv chegou mesmo a denunciar alegadas incursões russas na Ucrânia ocidental a partir da região separatista.

A Rússia mantém um contingente de 1.500 soldados na Transnístria, cujos separatistas pró-Moscovo controlam o território desde a guerra civil na Moldova, em 1992.

Leia Também: Moldova recorre à justiça para tentar proibir partido pró-russo

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