O primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, telefonou ao apresentador de um programa de rádio local da Flandres que incitou a que fosse atacado como o chefe do governo eslovaco, Robert Fico.
"Compreendeu que me tinha posto em perigo a mim, mas também à minha mulher e aos meus filhos, e pediu desculpa", disse De Croo ao jornal Sudinfo, citado pela agência espanhola EFE.
O jornalista, da estação de Waregem, foi imediatamente suspenso, depois de ter brincado em direto com a tentativa de assassinato de Robert Fico e com a possibilidade de algo semelhante acontecer na Bélgica. "Parece que o homem se vai salvar", disse o apresentador sobre Fico.
"O culpado já foi detido. A todos aqueles que estão a pensar em matar o primeiro-ministro Alexander De Croo, mas não se atrevem por causa da segurança que o rodeia: Estão a ver que é possível. Eu diria 'força'", acrescentou.
De Croo apresentou queixa, mas também telefonou para a emissora. "Telefonei-lhe ontem [quinta-feira] por iniciativa própria. Ele compreende que passou das marcas", disse o chefe do governo belga, que considerou a liberdade de expressão sagrada, mas que "o incitamento à violência é punível".
Robert Fico foi atingido com vários tiros na quarta-feira, à saída de uma reunião do governo na cidade de Handlová, por um homem de 71 anos que justificou o ataque com o facto de não gostar das políticas do executivo.
Embora Fico, 59 anos, continue em estado grave, está estável, consciente e consegue comunicar, disse hoje o presidente eleito da Eslováquia, Peter Pellegrini.
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