O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que as decisões do Ocidente no que toca à ajuda militar ao país estão a ser tomadas com cerca de um ano de atraso.
"Cada decisão que nós, e mais tarde todos juntos, tomamos, está atrasada cerca de um ano", disse o líder ucraniano em entrevista à agência de notícias Reuters.
Zelensky mostrou-se frustrado com casos como o da entrega dos sistemas de defesa Patriot, dos Estados Unidos, e descreveu as entregas de ajuda militar como "um grande passo em frente", mas não sem que antes se tomem "dois passos atrás".
O presidente da Ucrânia sugeriu, ainda, que os aliados da NATO podem aumentar a sua ajuda na luta contra a invasão russa, por exemplo, ao abater mísseis da Rússia sobre território ucraniano em certas circunstâncias.
"Os russos estão a usar 300 aviões no território da Ucrânia. Precisamos de pelo menos 120, 130 aviões para resistir no céu", acrescentou Zelensky, vincando: "Não podem fornecê-los agora? Ok... recorrendo aos aviões que têm no território dos países vizinhos da NATO, coloquem-nos no ar, abatam alvos, protejam os civis".
Na visão do presidente da Ucrânia, tal não seria considerado "um ataque por países da NATO".
Zelensky admitiu que a situação no nordeste do país está sob controlo, após forças de Moscovo terem lançado ataques na direção de Kharkiv.
Durante a primeira semana da ofensiva nesta região, as tropas russas tomaram várias localidades na região. Continuam a tentar romper as defesas ucranianas nas cidades de Vovchansk, o município mais importante da zona fronteiriça, e Staritsa, no eixo oriental.
Também estão a fazer o mesmo em Lipsi e Zeleni, ambas situadas no eixo ocidental ao longo do qual expandiram a frente em Kharkiv, segundo Kyiv.
O porta-voz do comando ucraniano do sul, Dmitry Pletenchuk, voltou, esta segunda-feira, a negar que as forças russas tenham tomado Robotine, na frente sudeste de Zaporíjia, como afirmou o Ministério da Defesa russo na semana passada.
Robotine foi uma das principais localidades tomadas pelos ucranianos na contraofensiva no verão passado, que se esgotou no início do outono sem alcançar os resultados esperados.
Em Kherson, também no sul, um homem foi morto hoje num ataque russo com 'drones', que atingiram outras regiões do país durante a noite, segundo a agência francesa AFP, que cita autoridades regionais.
A cidade meridional de Kherson, situada nas margens do rio Dnieper, é regularmente alvo de bombardeamentos russos.
Foi ocupada durante vários meses pelo exército russo em 2022, antes de se retirar em novembro do mesmo ano para a outra margem do rio, estando agora cada lado a controlar uma das margens.
A força aérea ucraniana também disse hoje que abateu 29 'drones' lançados pela Rússia num novo ataque noturno.
Os drones lançados durante a noite pela Rússia foram abatidos nas regiões ucranianas de Odessa e Mykolaiv (sul), Poltava (centro) e Lviv (noroeste), segundo a força aérea.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra iniciada com a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022 não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
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