Vários passageiros que seguiam no voo com destino a Singapura recordaram o momento em que o avião em que seguiam sofreu uma forte turbulência esta semana.
Nem todos os passageiros que seguiam no voo inicial continuaram a viagem até Singapura, tendo mais de 140 seguido e chegado ao local hoje de manhã.
Teandra Tukhunen, uma australiana que estava no avião, explicou que estava a dormir quando tudo aconteceu e "foi atirada para o tecto e depois para o chão".
A mulher, de 30 anos, disse que viu o aviso para colocar o cinto mas não teve tempo de o fazer antes de a turbulência a atingir de forma mais severa. Ficou com o braço ferido.
"Foi muito rápido, acabou em segundos e depois ficamos chocados", recordou. A mulher foi questionada sobre se ficou assustada com a situação, mas referiu que a "vida acontece". "Os pilotos salvaram-nos a vida, é o que importa no final do dia", afirmou.
Um outro passageiro, Joshua, mostra-se, no entanto, mais reticente. "Acho que não vou voltar a voar durante algum tempo", afirmou, considerando que o acidente foi "assustador".
Joshua recorda-se que ouviu um "barulho gigante, as coisas começaram a cair, água por todo o lado e pessoas a chorar. Não foi um bom fim de viagem".
O homem explicou que ficou com algumas dores e que ficou bem pior quando percebeu que um homem tinha morrido.
Um outro passageiro, Andrew Davies, garantiu que todos aqueles que tinham cinto de segurança ficaram bem, mas que a tripulação não teve tempo de o fazer.
A situação foi causada por fortes turbulências, que provocaram a morte de um britânico de 73 anos e ferimentos a 30 pessoas, estando algumas em estado crítico. O avião transportava 211 passageiros e 18 tripulantes. "Todos os tripulantes que vi estavam feridos de uma forma ou de outra, talvez com um corte na cabeça. Um deles tinha um problema nas costas e sentia dores evidentes", explicou.
Segundo o hospital para onde foram levadas as vítimas, houve 71 pessoas que precisaram de assistência, e pelo menos seis estavam em estado crítico. Já a companhia aérea, a Singapore Airlines, referiu que apenas 30 tinham sido hospitalizadas.
"Apresentamos as nossas mais profundas condolências à família que perdeu um ente querido, e os nossos pensamentos estão com os passageiros e a tripulação", afirmou a Boeing, fabricante norte-americano do avião em causa, em comunicado.
A Singapore Airlines, que já tinha lamentado o sucedido, também divulgou uma nova nota, no qual deu mais detalhes sobre o voo, que diz ter sido afetado por uma "súbita turbulência extrema" sobre a bacia do Irrawaddy (Myanmar) a 37.000 pés (11.300 m), cerca de 10 horas após a partida.
A companhia aérea também apresentou "as suas mais profundas condolências à família do falecido". "Pedimos desculpa pela experiência traumática que os nossos passageiros e membros da tripulação sofreram neste voo. Estamos a prestar toda a assistência necessária durante este período difícil", acrescentou.
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