"Os ministros concordaram em pedir um Conselho de Associação com Israel, algo que não tínhamos conseguido em reuniões anteriores", disse Josep Borrell, em conferência de imprensa no final de uma reunião ministerial, com a participação do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, em Bruxelas (Bélgica).
A deterioração das relações entre os países do Médio Oriente, exacerbada pela invasão israelita na Faixa de Gaza, foi o principal tópico da discussão de hoje e Josep Borrell referiu que "há unanimidade" para pedir uma reunião com Telavive e que todos os ministros "estavam horrorizados" com as últimas imagens disponíveis de Rafah.
No domingo, Israel bombardeou um campo de deslocados em Rafah, alegadamente o último reduto do movimento islamita Hamas em Gaza.
De acordo com um balanço provisório feito pelas autoridades palestinianas, pelo menos 50 pessoas morreram.
"Em Rafah, retirámos um milhão de habitantes que não estavam envolvidos e, apesar de todos os nossos esforços, ontem [domingo] ocorreu um incidente trágico. Estamos a investigar o que aconteceu e vamos tirar conclusões", disse hoje o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ao parlamento.
Os 27 discutirão com Telavive "o respeito pelos direitos humanos e as obrigações" que Israel assumiu perante "o Conselho de Associação, e como planeia implementar a decisão do Tribunal Internacional de Justiça [TIJ]", que exigiu o fim das operações em Rafah e a abertura dos corredores humanitários.
"Israel [...] não só não cessou as operações militares, como também as aumentou", criticou Josep Borrell.
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