O país mais jovem do mundo, rico em petróleo, mas extremamente pobre noutros aspetos, está ser afetado pela violência em várias regiões, mas principalmente no nordeste.
Em 18 de março, a ONU informou que 50.000 pessoas estavam deslocadas por causa dos combates no nordeste do país.
"Todos os envolvidos na violência devem abster-se de ferir a população e os trabalhadores humanitários, que arriscam as vidas todos os dias para levar ajuda", pediu a representante especial adjunta da missão da ONU no Sudão do Sul, Anita Kiki Gbeho, em comunicado.
Na mesma declaração, na qual denunciou uma "rápida escalada da violência", a OCHA relatou que quatro trabalhadores humanitários foram mortos e seis instalações de saúde tiveram de ser fechadas por terem sido alvo de "saques e destruição".
Essa situação de insegurança, aliada a grandes cortes na ajuda dos EUA ao país, está a impulsionar a disseminação da cólera, a pior epidemia no Sudão do Sul nos últimos 20 anos.
A doença causou mais de 900 mortos em quase 49.000 casos registados, afirmou hoje a OCHA.
O Sudão do Sul tem confrontos em várias regiões, e a detenção em março do vice-Presidente sul-sudanês, Riek Machar, pelas forças leais ao Presidente, Salva Kiir, marcou uma escalada de violência que deixou o país à beira de um novo conflito, quase sete anos após o fim de uma guerra civil devastadora.
Os combates entre os partidários dos dois homens mataram cerca de 400.000 pessoas e deslocaram quatro milhões entre 2013 e 2018.
No estado do Alto Nilo, no nordeste do país, onde a violência recente começou, as forças leais a Kiir estão a lutar contra o "exército branco", uma milícia cujos membros Juba são acusados de colaborar com Riek Machar.
No entanto, vários especialistas da região, entrevistados pela agência de notícias France-Presse (AFP), acreditam que essa milícia não obedece ao vice-Presidente preso.
"Esse novo surto de violência deve cessar", disse Gbeho, acrescentando: "9,3 milhões de pessoas no país hoje precisam de ajuda", de uma população total estimada pelo Banco Mundial em 11,5 milhões, em 2023.
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