"Qualquer lançamento pela República Popular Democrática da Coreia utilizando tecnologia de mísseis balísticos é contrário às resoluções relevantes do Conselho de Segurança", alertou hoje o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.
O secretário-geral reiterou ainda o seu apelo a Pyongyang para que cumpra integralmente as suas obrigações internacionais ao abrigo das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e "para que regresse rapidamente ao diálogo sem condições prévias para alcançar o objetivo da paz sustentável e da desnuclearização completa e verificável da Península Coreana".
A Coreia do Norte confirmou que o lançamento de um foguete espacial, na segunda-feira à noite, para colocar em órbita um satélite espião falhou devido a um alegado problema no motor do propulsor.
Pyongyang demorou pouco mais que 90 minutos a informar sobre o fracasso do lançamento do foguetão espacial, efetuado pelas 22:44 locais (14:44 de Lisboa), segundo o Exército sul-coreano.
Em comunicado, o Estado-Maior sul-coreano afirmou ter detetado o rasto do projétil lançado da zona de Tongchang-ri - no noroeste do país, onde se situa a base de lançamento espacial de Sohae - em direção ao mar Ocidental (nome dado nas duas Coreias ao mar Amarelo).
Apenas dois minutos depois de localizar o lançamento, os radares sul-coreanos voltaram a detetar o projétil "como um grande aglomerado de fragmentos nas águas norte-coreanas", indicando que o foguetão falhou em pleno voo.
A Coreia do Norte somou assim mais um fracasso ao seu programa espacial, após dois lançamentos falhados do foguetão Chollima-1 na primavera e no verão de 2023.
Em novembro, Pyongyang conseguiu finalmente lançar com êxito o foguetão e colocar em órbita o seu primeiro satélite espião, o Malligyong-1.
A Coreia do Norte afirmou no início deste ano que iria lançar mais três satélites espiões "Malligyong" até 2024.
Para o êxito do lançamento de novembro, acredita-se que tenha sido fundamental a ajuda da Rússia, que foi muito reforçada depois de o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, terem realizado uma cimeira, em setembro de 2023.
Washington, Seul e Tóquio condenam estes lançamentos espaciais norte-coreanos, argumentando que representam uma violação das sanções da ONU, que proíbem Pyongyang de utilizar tecnologia de mísseis balísticos.
Leia Também: Guterres defende retorno da Autoridade Palestiniana a Gaza