Num comunicado, a cerca de meia centena de relatores e especialistas em direitos humanos defenderam que Israel não pode fugir à sua responsabilidade por esses crimes, alegando que foi "um erro".
"Os relatos do terreno indicam que os ataques foram indiscriminados e desproporcionados, e que muitas vítimas ficaram presas em tendas de plástico em chamas, resultando num terrível número de mortos", afirmaram os peritos.
O ataque a áreas que abrigam palestinianos deslocados, muitos deles mulheres, crianças, deficientes e idosos, "é uma grave violação das leis da guerra e uma lembrança sombria da necessidade de ação internacional e de responsabilização", acrescentaram.
Os relatores e especialistas em direitos humanos afirmaram que o facto de os dirigentes israelitas atribuírem este ataque a um erro não os isenta de uma responsabilidade legal.
"Dizer que foi um erro não legaliza estas ações, não traz os mortos de volta à vida, nem conforta os sobreviventes", afirmaram.
Nesse sentido, exigiram também uma investigação internacional independente ao incidente, recordando que dois dias depois, na terça-feira, um incidente semelhante a oeste de Rafah matou mais 21 palestinianos, 13 dos quais mulheres.
Perante tais violações dos direitos humanos, os peritos insistiram no imperativo de que o fluxo de armas para Israel "seja interrompido imediatamente, dadas as provas de que são utilizadas para matar cruelmente e mutilar civis palestinianos".
Entre os signatários do comunicado contam-se a relatora da ONU para a Palestina, Francesca Albanese, e a sua homóloga para os direitos das pessoas deslocadas internamente, Paula Gaviria.
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