Partido de Orban boicota debate parlamentar sobre espionagem russa

O partido de Viktor Orban, no poder na Hungria, boicotou hoje uma sessão parlamentar extraordinária convocada pela oposição por causa dos ciberataques russos, que foram minimizados pelo Governo.

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© ATTILA KISBENEDEK/AFP via Getty Images

Lusa
31/05/2024 21:30 ‧ 31/05/2024 por Lusa

Mundo

Hungria

"O escândalo não é o facto de os piratas informáticos russos terem atacado a Hungria", afirmou à AFP o deputado da oposição Bence Tordai, "mas sim o facto de o Governo não ter reagido".

O deputado acusou o Governo de se manter "em silêncio quando os segredos húngaros e os dos aliados da União Europeia e da NATO são roubados por espiões russos".

Em reação às acusações, o partido liderado por Viktor Orban, o Fidesz, afirmou que a "iniciativa da esquerda" era uma "farsa" e que não iria "participar na sessão".

Viktor Orban qualificou de "mentiras de campanha eleitoral" as notícias publicadas antes das eleições legislativas de 2022, segundo as quais os serviços russos se teriam infiltrado nos sistemas do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

No entanto, o 'site' de notícias 444 voltou a confrontar o ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto, com um relatório dos serviços secretos húngaros que enumerava os danos causados pelos ataques informáticos.

Segundo esse documento, "mais de 4.000 estações de trabalho e mais de 930 servidores foram comprometidos" pelo grupo APT 28 do GRU e pelo grupo APT 29 do FSB, os serviços secretos russos.

Já na semana passada, o líder nacionalista Viktor Orban procurou minimizar a importância da pirataria informática: "Tentar aceder aos dados de outras pessoas é uma rotina diária para todos os Estados e a Hungria não é exceção", afirmou, acrescentando que "de norte a sul, de leste a oeste, há tentativas constantes de intrusão".

O Governo voltou a reafirmar que "nenhum dado confidencial" terá "caído nas mãos de um estrangeiro" e que, por isso, o ataque "não tinha sido bem sucedido".

Leia Também: Hungria diz estar a ser pressionada para entrar num conflito alargado

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