Uma semana antes das eleições europeias que classificou de "históricas", Viktor Orban pretende posicionar-se como "único lutador pela paz", rejeitando também qualquer ideia de um serviço militar obrigatório à escala europeia.
"Só podemos ficar de fora da guerra se os eleitores húngaros apoiarem o governo. Temos de vencer as eleições europeias de tal maneira que os burocratas de Bruxelas vão abrir-nos as portas da cidade e abandonar os seus gabinetes em fuga", disse Orban no seu discurso.
A marcha de hoje é um evento organizado regularmente desde o seu regresso ao poder em 2010 e assume particular ressonância face à invasão russa da Ucrânia.
As agências internacionais lembram que Orban e o seu partido, Fidesz, construíram uma reputação como estando entre os europeus mais próximos da Rússia e do seu presidente, Vladimir Putin.
A Hungria recusou-se a entregar armas à vizinha Ucrânia para a ajudar contra a invasão russa e ameaçou fazer descarrilar o apoio financeiro da União Europeia a Kiev.
O Fidesz está colocado para conquistar o maior número de assentos ao Parlamento Europeu, nas eleições da próxima semana, mas tem estado no centro de uma série de escândalos e de uma profunda crise económica, dando margem para o aparecimento de uma nova figura política na Hungria.
Péter Magyar, de 43 anos, em tempos aliado de Orban, ganhou proeminência ao acusar o Fidesz de corrupção e de ter transformado a comunicação social húngara numa máquina de propaganda.
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