Orbán condiciona apoio a Rutte à retificação dos ataques à "honra" húngara

O primeiro-ministro húngaro estabeleceu, numa entrevista hoje divulgada, duas condições para apoiar o neerlandês Mark Rutte como secretário-geral da NATO: a ausência da Hungria em eventuais operações aliadas contra Moscovo e a retificação dos ataques à "honra" húngara.

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Lusa
06/06/2024 17:36 ‧ 06/06/2024 por Lusa

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"Não há político ocidental com pior reputação na Hungria do que o Sr. Rutte. Disse duas frases que o povo húngaro não o perdoará", afirmou Viktor Orbán numa entrevista publicada pelo portal pró-Governo Mandiner, em relação a um potencial apoio de Budapeste à candidatura de Rutte à liderança da NATO.

Orbán criticou o ainda primeiro-ministro neerlandês por ter dito em 2021 que a Hungria não tinha lugar na União Europeia (UE) e que o país tinha de ser posto de joelhos, por ter aprovado uma lei que ligava a homossexualidade à pedofilia.

"Com esta frase é difícil colocar-se entre os candidatos apoiados pela Hungria", disse Orbán.

O primeiro-ministro húngaro lembrou que, neste momento, apoia a candidatura do Presidente romeno, Klaus Iohannis, para liderar a NATO, mas esclareceu que se Rutte quer o seu apoio deve fazer duas coisas.

A primeira, frisou Orbán, é uma "questão de honra" em relação às frases proferidas pelo político neerlandês.

"Está a pedir a confiança da Hungria para essa posição, por isso esperamos que ele dê um passo em frente e diga alguma coisa sobre isso", disse o chefe do Governo húngaro, sem especificar mais.

A segunda condição de Orbán é chegar a um acordo com o próximo secretário-geral da NATO para que a Hungria não participe nas operações da Aliança Atlântica contra a Rússia na Ucrânia.

"Não participaremos nas operações da NATO contra os russos na Ucrânia, nem mesmo como membros da Aliança", assegurou o primeiro-ministro húngaro.

Orbán é encarado como o principal aliado de Moscovo entre os líderes da UE e da Aliança e recusa apoiar militarmente a Ucrânia face à agressão russa e as sanções de Bruxelas que visam os interesses russos, embora acabe sempre por apoiar as medidas sancionatórias nas votações no Conselho Europeu.

A Hungria bloqueou a entrada da Suécia na NATO durante dois anos, até março passado, e foi o último país da Aliança a ratificá-la.

A nomeação do novo secretário-geral da NATO tem de ser aprovada pelos atuais 32 membros da Aliança.

Mark Rutte reúne os apoios dos países mais influentes da NATO, nomeadamente os Estados Unidos e o Reino Unido.

Leia Também: Orbán pede pacto a Meloni e Le Pen face a "oportunidade histórica"

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