Uma versão do retrato de Winston Churchill que o ex-primeiro-ministro britânico odiou - e queimou - foi vendida por 840 mil dólares (cerca de 775 mil euros). A obra é retratada num dos episódios da série 'The Crown', que demonstra quando o ex-líder britânico odiou a forma como o artista, Graham Sutherland, o captou.
"Isto não é um quadro. É uma humilhação", diz na série o ator John Lithgow, que protagoniza Churchill. Segundo o que a personagem descreve, a sua aparência no quadro é a de uma "criatura quebrada, flácida e lamentável". A personagem descreve o artista como "um Judas que usa um pincel assassino" e refere que toda a obra é "um ataque patriótico".
Apesar de a série não ser um documentário, esse episódio termina com o quadro a arder - o que aconteceu realmente. Sendo assim esta é uma versão que Sutherland preparou antes do retrato que ardeu. Esta versão foi adquirida pela Sotheby's e leiloada por menos do que o que se esperava que fosse vendido por mais de um milhão de dólares. Já na 'vida real', Churchill descreveu o retrato como "sujo e maligno", numa carta endereçada ao seu médico.
"O artista captou-o [nesta versão] muito mais relaxado e na intimidade. É uma representação muito diferente da pintura [posterior] que, obviamente, não agradou a Churchill e foi destruída mais tarde", explicou um dos responsáveis pelo leilão, Andre Zlattinger.
Já quanto à versão destruída, o mesmo responsável deu conta de que achava que o ex-líder britânico era "muito vaidoso" em relação à sua imagem. "Mas tinha sofrido um AVC em 1953, então a maneira como era visto era muito importante. Tinha ganhado as eleições dois anos antes por uma margem muito curta, e havia um grande debate acerca da sua liderança", acrescentou, citado pela imprensa norte-americana.
O retrato em causa foi encomendado por ordem do seu 80.º aniversário, e visto em 1954.
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