"Aparentemente, a maioria [do Parlamento Europeu] será pró-europeia e pró-ucraniana. A futura composição do Parlamento Europeu ainda não foi analisada, mas também vemos dinâmicas que indicam um aumento da popularidade dos partidos de direita", afirmou Peskov.
"Embora, por enquanto, os pró-europeus mantenham as suas posições de liderança, com o tempo, ao que parece, os partidos de direita estarão muito próximos" disse Peskov, que optou por não avaliar a convocação de eleições antecipadas em França após os resultados das europeias.
"Este é um assunto interno da República Francesa. Não gostaríamos de interferir nestes assuntos internos", disse Peskov, não sem antes referir que irão observar todo este processo com especial cuidado por se tratar de um país que tem adotou uma "atitude extremamente hostil" em relação à Rússia.
Mais incisivo foi o ex-Presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitri Medvedev, que mostrou satisfação com os maus resultados do Presidente francês, Emmanuel Macron, e do chanceler alemão, Olaf Scholz.
"Bem, bem, ninguém respeita Macron e Scholz. Viram os resultados das eleições para o Parlamento da União Europeia?", perguntou Medvedev, para quem esses resultados refletiriam a "política inepta" de apoiar a Ucrânia "à custa dos seus próprios cidadãos e pelas suas estúpidas políticas económicas e de imigração".
"Esperem e vejam o que vem a seguir! É hora de se reformarem. Para as cinzas da história!", afirmou Medvedev através de suas redes sociais.
Depois de as primeiras sondagens europeias terem dado uma vitória confortável à extrema-direita francesa (nomeadamente para o União Nacional/RN - em francês), o Presidente Macron anunciou a dissolução da Assembleia Nacional e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 30 de junho e 07 de julho, em duas voltas.
Há muito considerado pró-Rússia, o RN distanciou-se de Moscovo desde o lançamento da ofensiva contra a Ucrânia em fevereiro de 2022, mas critica a extensão do apoio que Macron pretende dar a Kiev.
O Partido Popular Europeu (PPE) venceu as eleições para o Parlamento Europeu com 185 assentos dos 720 na Câmara europeia - mais nove do que no sufrágio anterior -, contra os 137 que a social-democracia europeia obteve, tendo sido ainda registado um aumento também da extrema-direita.
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