"Hoje, os Estados Unidos expressam um forte sinal do seu firme apoio à Ucrânia", anunciou o Governo do Presidente norte-americano, Joe Biden, num comunicado divulgado pouco antes da cerimónia de assinatura do acordo, entre Biden e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, convidado a participar na cimeira do G7 na estância balnear de Bari.
Num púlpito azul com as bandeiras dos Estados Unidos e da Ucrânia, Biden e Zelensky assinaram perante a comunicação social o documento e, no final, apertaram as mãos.
O texto do pacto compromete os Estados Unidos a realizar consultas ao mais alto nível com Kyiv no prazo de 24 horas se a Ucrânia for novamente atacada no futuro, para "determinar os próximos passos e as necessidades adicionais de defesa".
Embora pretenda enviar um sinal de forte apoio de Washington a Kyiv, o acordo poderá, no entanto, ser abandonado por futuros líderes norte-americanos, sendo que as próximas eleições presidenciais nos Estados Unidos são já em novembro e o adversário Republicano a Biden será, quase certamente, o ex-presidente Donald Trump.
Zelensky agradeceu aos Estados Unidos o acordo de segurança e a ajuda militar, disse que o pacto abrirá caminho para uma integração na NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), mas acrescentou: "A questão é agora saber quanto tempo durará".
Segundo anunciou a Casa Branca na quarta-feira, o acordo bilateral de segurança entre Washington e Kyiv não envolverá diretamente as tropas norte-americanas na defesa da Ucrânia contra a invasão russa -- uma linha vermelha traçada por Biden, que teme ser arrastado para um conflito direto entre as potências com armas nucleares.
O conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, indicou que o acordo prevê o fornecimento de armamento e assistência à Ucrânia, à semelhança dos acordos assinados por Kyiv com outros aliados.
"Qualquer paz duradoura na Ucrânia deve assentar na sua própria capacidade para defender-se", sublinhou Sullivan.
Também na quarta-feira, Kyiv reagiu com satisfação ao anúncio da assinatura do acordo bilateral de segurança entre os Estados Unidos e a Ucrânia.
"Percorremos um longo caminho na nossa cooperação com os Estados Unidos, e toda a equipa fez um excelente trabalho para tornar possível este acordo", declarou o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andrii Yermak.
Sullivan classificou o acordo como uma ponte para o momento em que a Ucrânia for convidada para aderir à NATO -- uma prioridade de longa data de Zelensky que, seguindo uma condição imposta pelos aliados, exigirá antes o fim da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
A cimeira do G7 deste ano ocorre três anos depois de Biden ter declarado, na sua primeira reunião, que o seu país estava de regresso como líder global, após as perturbações nas alianças ocidentais que ocorreram quando o Republicano Donald Trump estava na Casa Branca.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.
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