"Exortamos todas as partes a facilitar a passagem rápida e sem entraves da ajuda humanitária aos civis necessitados, nomeadamente mulheres e crianças", utilizando todas as vias terrestres e marítimas possíveis, defenderam os chefes de Estado e de Governo do G7 no texto avançado pela agência noticiosa AFP.
Os líderes consideram "essencial que as redes de distribuição da UNRWA e de outras organizações e agências das Nações Unidas sejam plenamente capazes de entregar a ajuda aos mais necessitados, a fim de cumprirem eficazmente o seu mandato".
A UNRWA, que coordena quase toda a ajuda a Gaza, vive uma tempestade diplomática e à beira do colapso depois de Israel, em janeiro, ter acusado esta agência da ONU de envolvimento no ataque de 07 de outubro do Hamas, que desencadeou o atual conflito.
A acusação envolveu uma dúzia dos 13 mil funcionários da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos e levou à suspensão de financiamento por parte de muitos países, incluindo os Estados Unidos, o principal doador.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, e os seus aliados do G7 (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá e Japão) lamentaram ainda o "número inaceitável" de civis mortos "de ambos os lados" desde 07 de outubro.
Segundo o mesmo documento, os líderes manifestaram a sua "profunda preocupação com as consequências para a população civil das operações terrestres em curso em Rafah" (sul), onde o exército israelita lançou a sua ofensiva terrestre a 07 de maio, que considera essencial para eliminar o Hamas.
Foi também feito o apelo a Israel para que "se abstenha" de lançar uma operação de grande envergadura nesta cidade situada na fronteira com o Egito.
O ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, atualizou hoje para 37.266 o número de mortos e para 85.102 os dados sobre feridos na guerra entre Israel e o movimento islamita palestiniano que se iniciou há mais de oito meses.
Israel lançou a sua ofensiva contra a Faixa de Gaza na sequência dos ataques de 07 de outubro do Hamas em solo israelita e que causaram cerca de 1.200 mortos e 240 reféns, segundo Telavive.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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