De acordo com o conselheiro diplomático do Presidente russo, Yuri Ushakov, serão assinados "documentos importantes e muito significativos", mencionando "a possível conclusão de um acordo de parceria estratégica global".
"Este tratado, se for assinado, será obviamente condicionado pelas profundas mudanças na situação geopolítica no mundo e na região, e pelas mudanças qualitativas que ocorreram recentemente nas nossas relações bilaterais", referiu a mesma fonte, citam as agências noticiosas russas.
"As partes ainda estão a trabalhar no acordo e a decisão final sobre a sua assinatura será tomada nas próximas horas", acrescentou Ushakov, que informou ainda que Putin e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, farão "declarações à imprensa".
Putin chegará a Pyongyang ao final da tarde de terça-feira, mas o programa oficial está previsto para o dia seguinte, acrescentou.
Na deslocação, Putin será acompanhado pelo seu chefe da diplomacia, Serguei Lavrov, e pelo seu ministro da Defesa, Andrei Belooussov, numa delegação que incluirá também dois vice-primeiros-ministros e o diretor da agência espacial russa Roscosmos.
A visita realiza-se a convite de Kim Jong-un, que há nove meses se deslocou à Rússia.
O Ocidente acusa a Coreia do Norte de fornecer munições à Rússia para a guerra contra a Ucrânia.
Os dois países, que estão sujeitos a pesadas sanções internacionais, reforçaram consideravelmente os laços desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Os Estados Unidos acusaram na semana passada a Rússia de utilizar mísseis balísticos norte-coreanos na Ucrânia.
Em troca, segundo Washington e Seul, a Rússia forneceu à Coreia do Norte conhecimentos especializados para o seu programa de satélites e enviou ajuda para fazer face à escassez de alimentos no país.
Kim elogiou na quarta-feira os laços de "irmãos de armas inquebráveis" entre Pyongyang e Moscovo, que remontam à era soviética.
Durante a viagem à Rússia, em setembro de 2023, já tinha declarado que os laços entre os dois países eram a "prioridade número um" do regime norte-coreano.
Putin apresenta a invasão da Ucrânia e os esforços diplomáticos como uma batalha contra a hegemonia norte-americana na cena internacional, e conta com o apoio da China, que é o principal apoiante económico e aliado diplomático do regime norte-coreano.
Os dois países partilham uma fronteira terrestre, que o líder norte-coreano atravessou no ano passado de comboio.
Trata-se da segunda deslocação de Putin à Coreia do Norte, depois da visita que efetuou há quase um quarto de século, pouco depois de chegar ao poder, para se encontrar com Kim Jong-il, pai de Kim Jung-un.
Putin, que é alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI) pela deportação ilegal de crianças ucranianas, limitou grandemente as viagens ao estrangeiro.
A Rússia utilizou em março o direito de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas para pôr termo ao controlo das violações das sanções internacionais contra a Coreia do Norte.
A Coreia do Sul afirmou na quinta-feira estar a "acompanhar de perto os preparativos" da visita de Putin ao país vizinho.
Seul apelou a Moscovo para que "contribua para a paz e a estabilidade na península coreana, respeitando as resoluções do Conselho de Segurança da ONU".
A Coreia do Sul forneceu uma ajuda militar significativa à Ucrânia, que o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, visitou em maio, e está a participar nas sanções ocidentais contra Moscovo.
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