"Pode parecer um paradoxo, mas o caminho para a paz passa por mais armas para a Ucrânia", argumentou o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) em declarações ao Wilson Center, um 'think tank' em Washington.
Stoltenberg, que em breve abandonará a sua posição como secretário-geral da NATO, está de visita a Washington para preparar a cimeira da aliança atlântica que terá lugar na capital norte-americana de 09 a 11 de julho.
O norueguês, que será recebido esta tarde na Casa Branca pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que a "China está a alimentar o maior conflito armado na Europa desde a Segunda Guerra Mundial e, ao mesmo tempo, quer manter boas relações com o Ocidente".
"Pequim não pode ter as duas coisas e, a dada altura, a menos que mude de rumo, os aliados terão que impor um custo", sublinhou.
A NATO, com os Estados Unidos na liderança, critica cada vez mais a ajuda concedida pela China e pelas suas empresas ao esforço de guerra russo, através do fornecimento de componentes e equipamentos de apoio ao setor de defesa russo.
Stoltenberg destacou ainda o facto de a NATO assumir o apoio militar ocidental à Ucrânia, até agora liderado por Washington, conforme decidido pelos ministros da Defesa da aliança atlântica na semana passada em Bruxelas.
O chefe da NATO garantiu também que "mais de 20 países" se comprometeram a aumentar os seus gastos militares para 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB), como a aliança há muito exige.
"Isto é bom para a Europa e para os Estados Unidos", disse.
Há apenas cinco anos, lembrou, menos de dez membros da aliança gastavam 2% do seu PIB (produto interno bruto) na Defesa: "Os europeus estão a fazer mais pela sua segurança coletiva do que há apenas alguns anos", celebrou.
A Polónia e os Estados Unidos são os que dedicaram a maior percentagem do PIB à Defesa, enquanto o Luxemburgo, a Bélgica e a Espanha estavam nas posições com os gastos mais baixos relativamente à dimensão da sua economia, segundo dados de há um ano.
Stoltenberg acrescentou que nos últimos dois anos mais de dois terços das compras europeias de Defesa foram feitos a empresas norte-americanas.
"Portanto, a NATO é boa para a segurança americana, para a indústria americana e para os empregos americanos", advogou.
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