Número de mortos durante a maior peregrinação muçulmana sobe para 577

O número de mortos durante o Hajj, a maior peregrinação muçulmana a Meca, na Arábia Saudita, subiu hoje para 577, mais do dobro do ano passado, segundo a agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).

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© Lokman Akkaya/Anadolu via Getty Images

Lusa
18/06/2024 22:56 ‧ 18/06/2024 por Lusa

Mundo

Meca

Deste 577 contabilizados juntos de diversas fontes oficiais, pelo menos 323 são peregrinos egípcios que morreram durante o Hajj, quase todos devido a doenças relacionadas com o calor, disseram dois diplomatas árabes à AFP.

"Todos morreram de doenças relacionadas com o calor", com exceção de um peregrino que morreu depois de ter sido ferido num movimento de multidão, disse um dos diplomatas, acrescentando que o número total provém da morgue de um hospital no bairro de Al-Muaisem, em Meca.

Pelo menos 60 jordanos também morreram, segundo os diplomatas, mais do que o número oficial de 41 mortos anunciado anteriormente por Amã.

O número total de mortos durante esta peregrinação muçulmana compara com pelo menos 240 no ano passado, embora a maioria dos países não tenha especificado o número exato de casos relacionados com as elevadas temperaturas, escreve a AFP.

A peregrinação anual, uma das maiores reuniões religiosas do mundo, realizou-se novamente este ano em pleno verão numa das regiões mais quentes do mundo, com temperaturas que atingiram 51,8 graus Celsius em Meca, a cidade mais sagrada do Islão.

As autoridades sauditas afirmaram ter tratado mais de 2.000 peregrinos que sofriam de stress térmico, mas não forneceram qualquer informação sobre mortes, ao contrário da Jordânia, cujo Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje ter emitido 41 autorizações para enterrar peregrinos em Meca.

As autoridades estão "a seguir os procedimentos de enterro dos peregrinos jordanos que morreram durante o Hajj após sofrerem uma insolação", lê-se no comunicado citado pela AFP, que dá também conta de que a Tunísia informou que 35 peregrinos tunisinos tinham morrido, no contexto de uma "subida acentuada das temperaturas" no reino.

A Arábia Saudita tinha alertado esta manhã para os riscos de temperaturas extremas em Meca, onde mais de uma dúzia de mortes relacionadas com o calor foram confirmadas na principal peregrinação muçulmana, que reuniu este ano 1,8 milhões de peregrinos, 1,6 milhões dos quais vindos do estrangeiro.

Este rito anual - um dos maiores encontros religiosos do mundo - realizou-se de novo este ano no verão, uma estação particularmente quente na Arábia Saudita.

Mais de 2.700 casos de exaustão por calor foram registados no domingo, disse o Ministério da Saúde, no final da peregrinação.

No dia de hoje, as temperaturas atingiram os 51,8 graus Celsius em Meca, a primeira cidade sagrada do Islão no oeste do país, local da peregrinação.

Leia Também: Calor extremo eleva para 235 o número de mortos na peregrinação a Meca

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